Para que você consiga compreender esse texto com clareza, é importante que, preliminarmente, a gente defina o que são rótulos.
Rótulo, de acordo com a língua portuguesa, é um elemento de identidade de produtos, que apresenta as suas informações.
Quando tratamos do tema diversidade, os rótulos dizem respeito exatamente a essa forma que tentamos “identificar” uma pessoa, deixando que suas “informações” e “conteúdos” sejam passados apenas por um rótulo, ou seja, pelas impressões preliminares que temos de algumas pessoas.
Quando rotulamos um certo grupo, ou um certo estereótipo das pessoas, estamos praticando o preconceito e contribuindo para uma sociedade cada vez mais injusta.
Falar de minorias, é basicamente compreender que uma parcela significativa da nossa sociedade sofreu por muito tempo, e ainda sofre os reflexos da discriminação.
Infelizmente, essa foi a realidade das pessoas com deficiência por muito tempo, e ela perdura até os nossos dias atuais, quando pensamos no mercado de trabalho, no acesso à educação, no ir e vir, e em vários outros direitos, que teoricamente são destinados a todos os cidadãos, mas que na prática estão longe de serem alcançados.
Se você for uma pessoa cética, e custar a acreditar que os rótulos atrapalham diretamente a contratação de pessoas com deficiência, basta que você procure o número de pessoas com deficiência em nosso país, e quantas dessas pessoas estão ativamente trabalhando e incluídas no mercado de trabalho.
O surgimento da sociedade e seus reflexos negativos na vida das pessoas com deficiência
Não é novidade para ninguém que o surgimento da nossa sociedade foi marcado por muito sofrimento e marginalização. Isso aconteceu com as mulheres, com os negros, e também com as pessoas com deficiência (além dos LGBTQIA+, entre outros). Pautados em uma realidade totalmente teológica e de mitologias e crenças irreais, as pessoas acreditavam que as crianças que nasciam com algum tipo de deficiência estavam possuídas pelo demônio, ou que era um tipo de “punição” aos pais por algum pecado que cometeram. Com o passar dos anos, e o desenvolvimento da ciência, já não podiam mais disfarçar o ódio e preconceito por meio de Deus, e por isso, como forma de não aceitação, passaram a tratar essas pessoas como incapazes, de forma infantilizada, e é justamente dentro desse plano que acontece a “rotulação” das pessoas com deficiência, ou seja, de forma irreal e injusta são tratados como crianças, e por isso tendemos sempre a querer oferecer ajuda, ou ajudar as pessoas mesmo que elas não solicitem. Isso é uma forma muito comum da manifestação do capacitismo, que são manifestações inconscientes do preconceito enraizado de nossa sociedade.
Esses rótulos atrapalham diretamente a autonomia da PCD, e a sua forma de viver a vida. Muitas vezes as pessoas com deficiência não conseguem um emprego pelo simples fato de ter alguma deficiência, sem que seja parte dessa análise a capacidade técnica dessa pessoa.
Quando falamos em mercado de trabalho e pessoas com deficiência, devemos também nos ater às formas que essas pessoas tem de conseguir uma oportunidade de emprego, vez que o ensino não é acessível e que diversas barreiras atrapalham o desenvolvimento da pessoa com deficiência na educação, posteriormente no ensino superior, e depois, seus reflexos no mercado de trabalho, devido a uma falta de inclusão que se inicia desde o começo dos sistema educacional.
Sabendo dos diversos benefícios que uma empresa inclusiva pode trazer a você, é hora de deixar os rótulos de lado e ver o potencial do “produto” que você tem em mãos. Ou seja, se a sua empresa oferecer oportunidades brilhantes de especialização e qualificação desses funcionários, desenvolvendo suas habilidades, o resultado é muito mais satisfatório para todas as partes, minimizando até mesmo a rotatividade de funcionários dentro da mesma empresa.
Como trabalhar o seu inconsciente e deixar de lado os rótulos na hora de uma contratação
Por mais que algumas pessoas insistam em afirmar o contrário, todas as pessoas trazem consigo um pouco de capacitismo e preconceito, que podem até não ser exteriorizados, mas são pensados por conta desse reflexo da formação da nossa sociedade que já abordamos anteriormente.
Muitas empresas, a fim de minimizar esses rótulos, têm optado por realizar contratações às cegas, onde somente são levadas em conta as qualidades do sujeito que não são ligadas às suas características físicas. Essa é uma forma simples de solucionar o problema dos rótulos.
Uma outra solução muito cabível para as empresas que pretendem se tornar inclusivas, é realizar um mapeamento da empresa, para garantir a igualdade desse funcionário PCD em relação aos demais. Através do mapeamento você poderá analisar sua empresa tanto fisicamente (barreiras arquitetônicas) quanto o perfil de cada funcionário que compõe o quadro da empresa (acessibilidade atitudinal, comunicacional). É por meio desse mapeamento que fica cada vez mais fácil encontrar e resolver os problemas que podem ser encontrados nessas empresas.
Se você reconhece dificuldade da sua parte em treinar sua equipe e implementar a inclusão, você também pode procurar a ajuda de uma consultoria especializada para saber mais a fundo sobre esse tema, e estudar os pontos que você encontra menos clareza, pois através da ciência, e dos estudos, você poderá compreender que não existem diferenças entre as pessoas com deficiência e as pessoas sem deficiência.
Vivemos atualmente o reflexo da formação da nossa sociedade, que injustamente matou milhares de pessoas, e de certa forma, temos uma parcela dessa culpa.
Atualmente a conscientização sobre esse tema, e a colocação em debate de assuntos como esses, tem dado voz à muitas pessoas que usam seus blogs pessoais para compartilhar um pouco da sua rotina, evidenciando que as pessoas com deficiência devem, e merecem uma vida digna assim como todas as pessoas. A igualdade consiste justamente em permitir que todas as pessoas cheguem ao mesmo lugar, mesmo que isso dependa de formas diferentes.
Gostou do nosso artigo sobre os rótulos e como eles afetam a contratação de pessoas com deficiência? Infelizmente essa ainda é uma realidade em nosso país, e precisamos evidenciar cada vez mais esses assuntos a fim de combatê-los.
A Iigual já incluiu mais de 20 mil pessoas com deficiência no mercado de trabalho. A consultoria nasceu da experiência de vida do casal fundador Andrea Schwarz e Jaques Haber, quando Andrea se tornou cadeirante em 1998 aos 22 anos.
Somos especializados em ações de Inclusão e Diversidade com foco em recrutamento e seleção, palestras, treinamentos, acessibilidade física e digital, Censo da Inclusão e Diversidade e consultoria em D&I.
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Jaques Haber