Atualmente tem se falado muito sobre o assunto pessoas com deficiência. Principalmente devido ao fato de ter sido um tema por tanto tempo silenciado. Algumas dúvidas quanto ao ingresso no ensino superior e sobre o mercado de trabalho são bem comuns. Isso se dá pelo fato de perdurar por tanto tempo uma forte marginalização social, e preconceito com as pessoas com deficiência.
Mesmo que pareça tarde, infelizmente a maioria das universidades ainda não estão devidamente preparadas para o ingresso da pessoa com deficiência. Por mais que esses assuntos parecem ultrapassados, dados nos revelam como esse assunto deve ser atual, e muito abordado a fim de evitar mais um período de preconceitos.
A realidade do mercado de trabalho e o ingresso de pessoas com deficiência
Desde o ano de 1991, foi promulgada a lei que definia a obrigatoriedade de contratação de pessoas com deficiência em um certo número de vagas. As empresas que tivessem acima de 99 funcionárias, deveriam destinar um número de dois a cinco por cento das suas vagas, a depender da quantidade de funcionários da empresa. Essa lei vigora até hoje, e existem até mesmo algumas punições para as organizações que desrespeitarem essa lei, porém, a realidade é muito diferente do que se espera na prática. Grande parte das empresas procuram por profissionais que sejam imensamente qualificados, exigindo até mesmo na maioria das vezes que tenham experiência em trabalho anterior. Na verdade, essa é uma grande injustiça cometida com todas as pessoas que nunca trabalharam, afinal, se elas nunca tiveram uma oportunidade, como poderão adquirir experiência.
Essa realidade pode piorar ainda mais se pensarmos no número de pessoas com deficiência que têm acesso ao ensino superior e a uma graduação de qualidade. Infelizmente uma grande minoria.
O Estado promulga as leis, mas pouco se importa com a sua colocação ou não em prática. Se cumprir escapa das penas, e se não cumprir, paga o preço. Mas além disso, o que é feito por parte do poder público na hora de realmente investir na adaptação das escolas de graduação, e até mesmo antes disso. Nas escolas primárias para garantir o acesso às universidades.
De acordo com as leis, inclusive a LBI/2015, todos os ambientes de ensino são obrigados a promoverem a inclusão da pessoa com deficiência, em qualquer que for a sua deficiência, contratando, inclusive, um profissional que saiba se comunicar a fim de oferecer o atendimento específico para a pessoa com deficiência.
A lei de cotas impacta diretamente no crescimento de pessoas com deficiência no ambiente universitário. Alguns estudos remetem a um crescimento de pelo menos 70% entre os anos de 2017 e 2018.
Frente a todo número real, infelizmente isso ainda é muito pouco se comparado ao número de pessoas sem deficiência que cursam o ensino superior.
Quais são os principais fatores que atrapalham o ingresso das pessoas com deficiência nas universidades
De acordo com a Constituição Federal, a educação é um direito de todos, porém, sabemos que na prática não é bem assim.
O principal motivo das pessoas com deficiência não entrarem no ensino superior é a falta de acessibilidade, que interfere diretamente na permanência e também no acesso dessas pessoas.
Algumas faculdades já trabalham a inclusão, mas ainda é a minoria.
Além da falta de acessibilidade, a ausência de cobranças por parte de todos os cidadãos também influencia negativamente para que esse assunto seja amplamente discutido e analisado.
Os impactos do acesso às universidades na vida das pessoas com deficiência é muito significativo, assim como na vida de todas as pessoas. A pessoa com deficiência que chega até o ensino superior enfrenta uma realidade que poucas pessoas aguentariam.
Conviver com a marginalização não é fácil, assim como acabar com ela. Porém, é somente através de atitudes que poderemos diminuí-las.
Como o ingresso da pessoa com deficiência na universidade reflete na sociedade
Como já dito acima, as empresas, mesmo as que trabalham com a inclusão, procuram por profissionais qualificados. A realidade é que apenas uma minoria das pessoas com deficiência conseguem ingressar na universidade, devido à falta de acessibilidade, e por isso quando procuram trabalho sentem certa dificuldade na hora de mencionar as qualificações e experiências anteriores.
Quanto maior o acesso ao ensino superior, mais qualificado será o trabalho das pessoas com deficiência, e de todas as pessoas no mundo.
Na sociedade, os resultados podem ser muito positivos, e comprovadamente promovem maior inclusão social. O resultado das empresas inclusivas são imensamente superiores que as empresas que não promovem a inclusão.
Promover a inclusão social e estar a par dos preceitos da acessibilidade vai muito além da criação de leis, e decretos. É óbvio que o avanço na legislação tem uma enorme importância, mas ela sozinha não consegue mudar muitas coisas. É preciso que a própria população se conscientize e promova através de atitudes a inclusão social. Quanto mais nós evidenciarmos os desafios para a inclusão de pessoas com deficiência na sociedade, mais esse assunto será lembrado, e colocado em discussão, e esse é um passo muito grande. Em nossa sociedade podemos notar que quanto menos falamos de determinado assunto, mais ele é esquecido e pormenorizado, então é por isso que precisamos sempre estar falando sobre a inclusão social, principalmente no ensino superior para promover cada vez mais o acesso às universidades, que impactam diretamente a vida de todos.
É tão somente através das mudanças de atitudes que podemos viver uma sociedade justa, igualitária e inclusiva, pois os protagonistas da sociedade são o povo, e promover essa conscientização é a única forma que temos de mudar nosso cenário atual.
Gostou do nosso artigo sobre a graduação das pessoas com deficiência? Infelizmente os dados desse artigo não são muito animadores, mas através deles podemos disseminar essas informações, e lutar juntos pelo ingresso das pessoas com deficiência no mercado de trabalho.
A Iigual já incluiu mais de 20 mil pessoas com deficiência no mercado de trabalho. A consultoria nasceu da experiência de vida do casal fundador Andrea Schwarz e Jaques Haber, quando Andrea se tornou cadeirante em 1998 aos 22 anos.
Somos especializados em ações de Inclusão e Diversidade com foco em recrutamento e seleção, palestras, treinamentos, acessibilidade física e digital, Censo da Inclusão e Diversidade e consultoria em D&I.
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Jaques Haber