A IA promete tornar o processo de contratação mais justo no sentido de eliminar ou diminuir os preconceitos e os vieses inconscientes. Então, entenda melhor o que ela pode fazer para garantir uma seleção inclusiva, assertiva e otimizada.
O que é a IA?
A IA é um conjunto de tecnologias que, de modo geral, agrupa inúmeras informações de diversas fontes e com base nisto, cria padrões. Com isso, podem fazer coisas que antes apenas a inteligência humana era capaz de fazer.
Elas podem aprender coisas novas a partir de exemplos, bem como, podem tomar decisões com base em informações. E são capazes ainda de entender e responder à linguagem humana. Para tanto, elas se valem de várias técnicas, tais como:
- algoritmos;
- sistemas de aprendizado de máquina;
- redes neurais artificiais.
Assim, elas são cada vez mais capazes de fazer tarefas complexas de forma automática. O que as torna úteis em muitas áreas, ou seja, na saúde, na educação, em finanças, no RH online e em muitos outros.
No entanto, é um mecanismo um tanto quanto novo, que continua em fase de evolução. Apesar de cada dia aprender mais e ficar mais inteligente, superando, inclusive, as próprias habilidades.
Por que usar a IA no processo de seleção?
Há vários motivos para usar a IA no processo de seleção, um deles é que ela é capaz de analisar um grande volume de currículos em tempo recorde. Fazendo de forma eficiente e justa a comparação entre as qualificações e os requisitos da vaga.
Mas não apenas isso, além de otimizar o trabalho de quem faz este processo, ela é uma ótima forma de evitar os vieses, pois pode focar apenas nos méritos que deve pesquisar e ignorar informações como a idade e o gênero.
Elas também podem prever, com uma maior margem de acertos, quais perfis que tendem a ter sucesso no longo prazo, tanto no que diz respeito a função quanto de aderência a cultura da empresa e a equipe.
A maior transparência e a melhor gestão dos talentos, são outros motivos para usar a tecnologia, que pode dar feedback instantâneo para os candidatos e perceber quais são os perfis com potencial de crescimento para fazer a retenção.
A IA elimina o viés inconsciente por completo?
Uma IA pode ajudar a mitigar o viés inconsciente no processo de seleção, mas ela não o elimina por completo. Ou seja, o que ela faz é padronizar a análise e garantir uma avaliação mais:
- consistente;
- justa;
- sem influências subjetivas.
Elas podem, por exemplo, ser projetadas para ocultar informações pessoais que possam revelar deficiência, raça, gênero, idade ou origem étnica, o que por sua vez, reduz as chances de viés baseado nessas características.
No entanto, existem desafios e limitações que devem ser vistos e considerados, sobretudo, por se tratar de algo novo, ainda em evolução, bem como, que requer uma supervisão humana adequada.
Tenha cuidado com o viés nos dados
A IA é uma ótima ferramenta para destacar os candidatos com base em critérios objetivos. Porém, ela depende dos humanos desde a etapa de coleta de dados até a tomada de decisão final.
Se os algoritmos forem treinados com conjuntos de dados históricos que refletem preconceitos existentes como desigualdades de gênero ou raciais, ela pode não apenas replicar, como ainda amplificar esses vieses.
Portanto, é crucial observar bem e escolher com cuidado os dados que irá fornecer. Da mesma forma, acompanhar os sistemas para corrigir qualquer viés que a tecnologia posso introduzir a partir de dados equivocados.
Exemplo
Um exemplo clássico de como isso pode acontecer é o caso do algoritmo de recrutamento da Amazon, que foi desenvolvido para analisar currículos e selecionar candidatos para entrevistas.
Ele foi alimentado com dados históricos de contratação da empresa, que mostravam uma predominância de homens nas seleções anteriores. Devido a isso, começou a favorecer candidatos masculinos e excluir as mulheres.
Isso ocorreu porque a IA foi treinada com dados que refletiam preconceitos existentes na empresa. O que mostra como é crucial manter a vigilância e o ajuste constante de algoritmos para evitar perpetuar ou amplificar os vieses.
Como usar a IA para diminuir o viés no processo de seleção?
Para usar IA de modo que ela diminua o viés no processo de seleção, comece com uma análise rigorosa dos dados que irão servir para treinar o algoritmo. Após isso, observe e remova quaisquer variáveis que possam gerar vieses não desejados como:
- gênero;
- etnia;
- idade;
- deficiência;
- origem.
Em outras palavras, atente para tudo que for irrelevante para a função. Garanta que os conjuntos de dados para treinar o modelo sejam diversos e representem a população. Para tanto, use fontes diversas e amplie a amostragem.
Isso faz com que seja possível incluir grupos de minorias sociais. Além disso, use técnicas próprias para um aprendizado de máquina justo, a saber:
- regularização;
- reamostragem;
- ajuste de limiar.
Dessa forma, os modelos entendem que não é para favorecer um certo grupo. E podem compensar os possíveis desequilíbrios dos dados usando ajustes de pesos e classes ou penalidades.
É importante também escolher as inteligências que sejam mais transparentes e permitam que você saiba como eles tomam suas decisões. Assim, é mais fácil perceber se há vieses e porque eles estão presentes.
Como a IA pode ser mais justa?
A IA costuma ter muito menos vieses e ser mais objetiva que a avaliação humana, mas para ser ainda mais justa e equitativa, é vital monitorar de forma contínua. Então, depois da implantação é preciso olhar de perto e revisar com certa frequência.
Em especial, se surgirem novos dados ou se houver mudanças no ambiente. Desse modo, dá para ver os vieses de forma mais precoce e é possível trabalhar para garantir a aplicação de critérios mais justos.
Converse com os desenvolvedores, o pessoal de TI, o RH e todos que tenham poder de decisão. Fale sobre os desafios algorítmicos e sobre o valor de construir uma cultura mais diversa.
Ter mais pessoas engajadas é muito útil para encontrar formas práticas e viáveis de mitigar os vieses que ainda podem estar atuando devido à estrutura histórica de preconceito ao longo dos anos.
Conte com a iigual
A IA pode otimizar muito o tempo do RH que costuma ter um alto número de candidatos para avaliar e muitas variáveis no processo. Afinal, ela faz a maioria das tarefas de forma mais rápida, eficiente e até mesmo mais inclusiva.
Porém, há que se ter ainda alguma cautela, sobretudo, com os dados e os comandos para que ela não reproduza os vieses e as discriminações humanas.
Ao combinar essas práticas, é possível usar ela de forma responsável e ética no processo de seleção, para ter uma maior diversidade e equidade.
Mas, se precisar de uma parceria externa para que sua empresa seja ainda mais inclusiva e mais diversa, conte com a consultoria de inclusão iigual. São mais de 20 anos no ramo, entre no site e conheça os serviços.