Infelizmente o preconceito contra as pessoas com deficiência ainda é muito comum e atual. Mesmo com tanta evolução social, a realidade é que o surgimento da nossa sociedade criou raízes tão sólidas de descriminação e preconceito, que até os dias de hoje eles ainda são recorrentes, e refletem os prejuízos do surgimento de uma sociedade fundada na falta de empatia e compaixão.
Fazendo uma breve abordagem histórica, as pessoas com deficiência eram consideradas amaldiçoadas, um “castigo” divino, e por isso sofriam a marginalização social, e o preconceito, que por muito tempo ensejou a morte de milhares de crianças com deficiência. Naquela época, sem estudo algum, as pessoas justificavam suas atitudes genocidas com a religião. Porém, os reflexos dessa época marcada por tantas mortes e sofrimento são assistidos hoje, e se manifestam nas mais variadas formas, atitudes, frases, “brincadeiras”. E isso faz com que as pessoas com deficiência participem cada vez menos da vida social, e dos direitos sociais, sendo privadas do acesso às escolas, ao lazer, à cultura, e principalmente do ambiente de trabalho, que é fundamental na vida de qualquer pessoa que pretende buscar sua autonomia. Como já mencionado, o preconceito se manifesta de diversas formas, entre elas na contratação de candidatos com deficiência para trabalhar nas empresas.
Atualmente, o desenvolvimento da sociedade fez com que o Estado precisasse criar mecanismos de garantia de acessibilidade aos direitos sociais, através da igualdade.
Mesmo que de forma um pouco tardia, o Estado se preocupou em promulgar a lei de cotas, que garante a acessibilidade e possibilidade de contratação de candidatos com deficiência para compor o quadro de funcionários da empresa. Quer entender mais sobre essa lei, e a sua aplicabilidade? Então fique com a gente. Afinal, será que somente a lei de cotas consegue acabar com o preconceito, ou mesmo com a lei ainda vemos a dificuldade na contratação de candidatos com deficiência?
Lei de cotas: como ficou a contratação de candidatos com deficiência após 2004?
Muitas pessoas preferem acreditar que depois da criação da lei de cotas todas as pessoas com deficiência estão empregadas, e que isso resolveu todo o problema envolvendo a contratação de PCDs. Porém, sabemos que isso não é bem verdade. Atualmente, no Brasil, existem cerca de 45 milhões de pessoas com deficiência, e um número super reduzido de pessoas que chegam ao mercado de trabalho.
A lei prevê a obrigatoriedade da destinação de 2% a 5% das vagas nas empresas que tiverem mais de 99 funcionários, sendo dividida da seguinte forma:
- De 100 a 200 empregados – 2% de trabalhadores com deficiência;
- De 201 a 500 empregados – 3% de trabalhadores com deficiência;
- De 501 a 100 empregados – 4% de trabalhadores com deficiência;
- Acima de 1000 empregados – 5% de trabalhadores com deficiência (cota fixa).
Porém, será que a mera integração da pcd no mercado de trabalho garante a acessibilidade? Será que é fácil o ingresso das pcds ao mercado?
A resposta é simples e dolorosa: Não é fácil o ingresso da pessoa com deficiência no mercado de trabalho. A lei de cotas impõe sanções às empresas que descumprirem o legislado, porém, a realidade é que o preconceito fala mais alto em muitas empresas. Mesmo que algumas delas procedam à contratação dos candidatos com deficiência, elas não garantem o mínimo necessário para que essa pessoa desempenhe seus serviços com destreza, ou seja, promovem a integração, mas deixam de lado a inclusão.
O preconceito no ambiente de trabalho pode se manifestar de várias formas, e por isso a importância de uma forte atuação do RH, em conjunto com os gestores, e todos os funcionários da empresa.
Somente a legislação não é capaz de garantir a inclusão através de seus mecanismos legais. O fim do preconceito somente será possível quando houver a conscientização do maior número possível de pessoas de como ele é prejudicial e atrapalha a vida e a autonomia das pessoas com deficiência,
Os avanços da tecnologia permitiram hoje uma maior disseminação da realidade das PCDs, e como elas sofrem por não serem vistas como pessoas normais, que pode ser totalmente visto nas manifestações do capacitismo,
As pessoas sem deficiência insistem em discriminar e infantilizar as pessoas com deficiência, mesmo sabendo de todos os reflexos negativos que isso pode trazer para a vida dessa pessoa.
Algumas coisas podem ajudar diretamente a compreender e entender a rotina e a vida das PCDs, com por exemplo segui-las nas redes sociais, a fim de entender melhor as coisas que são prejudiciais, e as coisas que de fato podem colaborar para o fim da marginalização social.
Formas de minimizar e acabar com o preconceito sendo gestor de uma empresa
Em primeiro lugar, se você pretende desconstruir algumas mentiras sobre as pessoas com deficiência, você, como gestor, deve estar totalmente a par da situação, e saber tudo que envolve o tema, a fim de minimizar as manifestações preconceituosas dentro do seu ambiente de trabalho.
Você, como gestor, tem a obrigação de fortalecer a atuação do RH da sua empresa, para que sempre estejam atentos à qualquer discriminação que o candidato com deficiência possa estar passando.
Mapeie a sua empresa a fim de conhecer o perfil de cada um dos seus funcionários, pois somente assim você poderá saber qual você deverá trabalhar mais, e como abordá-lo caso ele esteja praticando o preconceito. Esse mapeamento de perfil pode ser feito a partir de um censo de representatividade.
Se você sentir maiores dificuldades em minimizar o preconceito na sua empresa, você pode procurar ajuda de uma consultoria especializada pcd, que saberá exatamente onde e como atuar na sua empresa, trazendo dicas e melhoramentos que talvez você não consiga enxergar.
A empresa inclusiva tem trazido diversos benefícios ao mundo dos negócios, melhorando, inclusive, a imagem da empresa e seu desenvolvimento. Você não vai deixar o preconceito atrapalhar seu crescimento, não é mesmo?
Gostou do nosso artigo sobre como o preconceito atrapalha na contratação de candidatos com deficiência? Esse é um tema que deve ser cada dia mais debatido, a fim de garantir que as pessoas com deficiência possam viver sua vida com autonomia e liberdade.
A Iigual já incluiu mais de 20 mil pessoas com deficiência no mercado de trabalho. A consultoria nasceu da experiência de vida do casal fundador Andrea Schwarz e Jaques Haber, quando Andrea se tornou cadeirante em 1998 aos 22 anos.
Somos especializados em ações de Inclusão e Diversidade com foco em recrutamento e seleção, palestras, treinamentos, acessibilidade física e digital, Censo da Inclusão e Diversidade e consultoria em D&I.
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Jaques Haber