Por incrível que pareça, essa é uma pergunta muito frequente entre as empresas que trabalham com o projeto de inclusão.
Desde o ano de 1991 está em vigor a Lei de Cotas que define a obrigatoriedade de contratação de pessoas com deficiência em empresas que tiverem em sua equipe mais de noventa e nove funcionários. Essa destinação é feita respeitando as porcentagens de dois a cinco por cento, de acordo com o número de funcionários da empresa, sendo dividido da seguinte forma:
- De 100 a 200 empregados – 2% de trabalhadores com deficiência;
- De 201 a 500 empregados – 3% de trabalhadores com deficiência;
- De 501 a 1000 empregados – 4% de trabalhadores com deficiência;
- Acima de 1000 empregados – 5% de trabalhadores com deficiência (cota fixa).
As empresas que incluem em seu corpo de funcionários as PCDs são conhecidas como empresas inclusivas. Mas será que a mera ocupação de vagas faz realmente com que essa empresa esteja ciente no que consiste o projeto de inclusão? Acompanhe nosso artigo para ficar por dentro de onde sua empresa pode estar errando, e o que você pode fazer para melhorar.
Existe diferença entre os institutos “projeto de inclusão” e a “obrigatoriedade da lei de cotas”?
A resposta para essa pergunta é muito simples e fácil de ser compreendida.
Sim! Existe uma imensa diferença entre esses dois institutos, mas com a explicação a seguir ficará fácil de compreender.
A lei de cotas define uma obrigação legal, que parte dos preceitos da integração. Ou seja, a lei manda contratar, e a empresa deve obedecer. Porém, a verdade é que essa obrigatoriedade não traz outros efeitos, como a obrigatoriedade da inclusão social. Integrar é diferente de incluir.
O projeto de inclusão geralmente é muito mais amplo do que o que foi estabelecido na lei de cotas. Este projeto desenvolve meios que garantem a permanência da pessoa com deficiência no cargo, através da acessibilidade e da inclusão de fato dessas pessoas.
Com saber se a sua empresa está errando
Atualmente no Brasil, a cada 10 empresas, aproximadamente 7 delas trabalham com a integração da pessoa com deficiência no ambiente de trabalho.
Se você deseja saber e investigar em qual ponto sua empresa está errando, a primeira dica é que você faça uma análise interna de como sua empresa está se comportando.
É importante relembrar que, primordialmente, se você deseja ter uma empresa inclusiva e não meramente integrativa, você precisa oferecer os meios possíveis para que isso possa acontecer.
Não existe fórmula mágica capaz de identificar onde sua empresa pode estar errando. Essa análise deve partir dos gestores interessados em melhorar.
Porém, para facilitar um pouco mais esse processo tão dificultoso de análises, uma dica muito importante é você instituir na sua empresa o Censo de Diversidade. Este censo consiste em uma “pesquisa” através de um questionário elaborado pela própria empresa, com perguntas pessoais, que sejam capazes de analisar o perfil de cada colaborador da sua empresa.
Muitas vezes através desse questionário, surgem algumas questões que nunca foram abordadas, e por isso que atualmente ele se faz tão importante. Se a sua empresa tiver dificuldades para preparar esse censo de diversidade, você pode contratar uma assessoria especializada PCD que ajudará na confecção do questionário, e em sua análise.
Na maioria dos casos, o questionário já traz os problemas que você deverá enfrentar, e por isso, a partir dessa análise, você deverá pensar qual passo você deve dar para melhorar o que foi evidenciado, e alavancar sua empresa rumo ao sucesso.
A sugestão de análise pelo censo de diversidade é muito importante pelo fato de conseguir alcançar todos os funcionários, de forma indistinta. Desta forma, para saber se o seu projeto de inclusão está no caminho correto, ou se sua empresa está errando em algum aspecto, essa é uma solução muito viável.
Projeto de Inclusão: o que a sua empresa deve fazer para não errar
Essa parte parece ser muito óbvia, mas na maioria das vezes ela tem uma aplicação muito difícil, principalmente quando diz respeito a uma empresa onde trabalham diversas pessoas, onde umas são totalmente diferentes das outras.
Para um projeto de inclusão funcionar bem, o primeiro passo é a conscientização de todos os funcionários da empresa que receberão em sua equipe o funcionário com deficiência.
A formação da nossa sociedade foi violenta e preconceituosa desde as suas origens, e alguns desses intitutos de preconceito e discriminação ainda se fazem extremamente presentes. Dentro de uma empresa, essas manifestações de preconceito podem ser manifestadas através dos vieses inconscientes e do capacitismo.
Para se certificar que sua empresa está no caminho certo, ela deve oferecer os meios corretos de inclusão. Quer ver algumas dicas?
- Promova treinamentos em todos os setores. Preparar os setores significa se importar com todos, e buscar ao máximo reduzir algumas barreiras. A pessoa com deficiência, independente do setor que ela será direcionada, deve se sentir confortável em questionar, perguntar, e entender cada atividade que o setor desempenha, e nesse momento, todos devem estar preparados. Todos os funcionários da empresa (tanto os funcionários sem deficiência, quanto os com deficiência) devem receber treinamentos. A conscientização é o passo mais importante na tentativa da inclusão.
- Saiba identificar dentro da sua empresa, quais são os níveis de aceitação e rejeição dos outros funcionários. Para que a sua empresa seja inclusiva, todos devem colaborar e ajudar a tornar o ambiente diverso e inclusivo. O RH das empresas costumam desempenhar um papel muito importante nessa direção. Somente a partir do trabalho dele, é que o ambiente da empresa pode se tornar inclusivo, sempre ressaltando que quanto melhor a inclusão e acessibilidade, mais os profissionais com deficiência conseguem se destacar.
- Esteja preparado para oferecer todos os equipamentos e meios de acessibilidade que o funcionário com deficiência precisa, pois somente através destes dispositivos que a PCD se sentirá pronta para desempenhar seu trabalho com eficácia.
Gostou do nosso artigo sobre projeto de inclusão? Compartilhe com a gente nos comentários se a sua empresa já implementou um projeto de inclusão, e como ele atua atualmente.
A Iigual já incluiu mais de 20 mil pessoas com deficiência no mercado de trabalho. A consultoria nasceu da experiência de vida do casal fundador Andrea Schwarz e Jaques Haber, quando Andrea se tornou cadeirante em 1998 aos 22 anos.
Somos especializados em ações de Inclusão e Diversidade com foco em recrutamento e seleção, palestras, treinamentos, acessibilidade física e digital, Censo da Inclusão e Diversidade e consultoria em D&I.
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Jaques Haber