A inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho é importante não apenas para garantir os direitos fundamentais delas e de todos. Mas, ainda por ser algo que gera resultados positivos para as empresas e para a economia do país. Veja o panorama.
Por que o mercado de trabalho deve incluir pessoas com deficiência?
É importante incluir pessoas com deficiência no mercado de trabalho, porque isso é algo que tem relevância social e econômica, tanto para eles, quanto para as empresas, ainda mais para o país.
Isso porque, quando as pessoas, em idade para tal, participam de forma ativa para a força de trabalho, há ainda uma contribuição para:
- a garantia e a manutenção dos direitos e da dignidade humana;
- o melhor equilíbrio entre beneficiários e contribuintes das contas públicas;
- o aumento do desenvolvimento e da inovação de empresas privadas.
Ainda há muitas lutas para que os direitos deles possam ser garantidos e um trabalho do poder público para criar e fazer valer mecanismos de inclusão, bem como, das empresas, para colocar as ações inclusivas em prática.
É algo que, no fundo, beneficia todos. Afinal, todos ganham com uma sociedade mais diversa. Sobretudo, no Brasil, onde a diversidade é um traço característico e distintivo de outros lugares do mundo, que também tem suas ações e leis de inclusão.
Qual é o panorama atual do mercado de trabalho?
Atualmente, o mercado de trabalho conta com 545.940 mil pessoas com deficiência empregadas, segundo um levantamento da Secretária de Inspeção do Trabalho SIT, em janeiro de 2024. Os dados, que se baseiam em informações do e-social, revelam ainda que:
- 93% delas trabalham em empresas com mais de 100 funcionários;
- Em 2023, 142.618 pessoas com deficiência foram contratadas;
- 30.189 destas contratações foram por meio de fiscalização.
Dessa forma, desde que a lei de cotas começou a ter órgãos para fiscalizar, o que, por sua vez, começou a partir de 2008, embora a lei seja de 1991, houve um crescimento de 64% nas contratações.
Embora os avanços e a taxa de aumento nesse sentido sejam boas, é preciso considerar que, em 2022, o IBGE apontou mais de 10 milhões de pessoas com deficiência em idade para contribuir com a força de trabalho.
Logo, o número delas que está fora do mercado formal é de mais de 9 milhões. E isso gera desafios para elas que, em sua maioria, dão um jeito de fazer dinheiro com atividades informais.
Homens são uma maioria no mercado
O levantamento da SIT se concentrou ainda em questões relativas ao salário e ao perfil destes trabalhadores. Assim, ele revela que o número de homens com deficiência empregados é superior ao de mulheres com deficiência no mercado de trabalho.
São 341.392 homens e 204.548 mulheres. Porém, a média salarial menor que a de trabalhadores sem deficiência é algo presente para ambos, embora, os homens tenham salários um pouco superiores. Os dados são:
- homens sem deficiência recebem em média 1.904,49 reais;
- homens com deficiência recebem em média R$ 1.637,50;
- mulheres sem deficiência recebem em média 1.791,42 reais;
- mulheres com deficiência recebem em média R$ 1.411,77.
A maioria dos tipos de deficiência entre estes trabalhadores são a física, a visual e a auditiva. Mais de 50% possui o ensino médio completo e há ainda uma disparidade com relação à cor. São 102.026 brancas e 86.159 negros e pardos juntos.
Quais são as barreiras no mercado de trabalho para a inclusão?
Uma das principais barreiras para incluir no mercado de trabalho uma pessoa com deficiência tem relação com os aspectos culturais. Ou seja, o olhar com estereótipo, os preconceitos, muitas vezes, estrutural e as crenças de capacitismo.
Estes fatores costumam se apresentar de forma circular desde a contratação até a integração da pessoa na equipe. Em outras palavras, quem tem o poder de contratação é reticente quanto a ideia.
No entanto, quer seja para cumprir com as normas, ou por entender a importância, inicia a contratação. Esta, por sua vez, começa a revelar tanto o potencial da força de trabalho deles, quanto o que ainda tem para ser feito em termos de:
- acessibilidade física;
- acessibilidade digital;
- acessibilidade comunicacional.
E isto, não apenas no contexto da empresa, mas das vias, dos transportes e dos sites, entre outros. O investimento em si por parte da contratante pode não representar muita coisa dados os incentivos fiscais e benefícios que se tira em inovação e imagem.
Contudo, na hora de integrar ou incluir, o processo se inicia mais uma vez. Assim, é preciso criar novas políticas internas, para que os funcionários que são mais antigos entendam a importância da inclusão.
Como aumentar a inclusão no mercado de trabalho?
Para aumentar a inclusão no mercado de trabalho, é de suma importância que as pessoas com deficiência tenham acesso à educação inclusiva e capacitação. Isto, é algo que deve ser feito não somente pela empresa, mas desde os primeiros anos escolares.
Esta adaptação de programas de educação, bem como, de treinamento para fazer parte de uma equipe em alguma empresa pode fazer muita diferença na trajetória profissional deles. Do mesmo modo que faz para a pessoa sem deficiência.
A maioria das empresas mais ricas do mundo tem ações e programas para a construção de um time diverso e inclusivo e mantém um diálogo aberto com eles para criar:
- políticas de equidade salarial;
- comitês de diversidade e inclusão;
- capacitação de liderança inclusiva.
Estes pontos tanto servem de inspiração, quanto podem ser postos em prática em escalas menores por empresas de vários tamanhos e portes.
Como mudar a cultura no mercado de trabalho?
Mudar a cultura no mercado de trabalho para que ele se torne mais inclusivo, exige a participação de todos. Isso porque, afeta de forma direta o futuro coletivo. Portanto, é algo que deve envolver:
- poder público;
- iniciativas privadas;
- meios de comunicação;
- sociedade civil.
A conscientização sobre os benefícios da diversidade no ambiente de trabalho, assim como as ações práticas para que a inclusão e a diversidade nas empresas sejam uma realidade efetiva, devem ser uma responsabilidade social coletiva.
Criar um mundo mais justo para um, é também criar um mundo melhor para todos. E a garantia dos direitos e deveres do outro é do mesmo modo, a garantia dos próprios direitos e deveres.
Perspectivas futuras
Por mais que as pesquisas mostrem dados alarmantes de desigualdade social, sobretudo, quanto ao número de pessoas com deficiência que estão fora do mercado de trabalho, mostra também que houve avanços nesse sentido.
Assim, espera-se que as ações que continuam acontecendo contribuam para melhorar o panorama da inclusão no futuro. Os avanços tecnológicos e a inovação, também devem contribuir para um impacto positivo e a inserção destas pessoas nas empresas.
Se cada um fizer o seu papel, replicar as lições aprendidas e as boas práticas que geram resultado, os próximos censos podem revelar que o mercado tem ótima visão e os passo dado rumo a inclusão vão evoluir ainda mais rápido.
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