Tokenismo é um termo que vem de token, que significa símbolo. Assim, ele é uma inclusão não apenas simbólica, como também rasa de grupos minoritários. Por isso, é importante entender os danos que causa, em especial, nas pessoas com deficiência.
O que é Tokenismo?
É quando uma firma, de qualquer setor, tenta inserir um pequeno número, ou ainda, o mínimo de membros de um certo grupo minoritário. Apesar de ter a intenção de ser uma boa ação, ela não é real.
A ideia surgiu entre os anos de 1950 e 1960 nos EUA. Isso ocorreu nas lutas das pessoas pretas por direitos civis. Até Martin Luther King citou o conceito em seu livro “Por que não podemos esperar?”, de 1964.
Diversos setores no mundo dos negócios ou na mídia fazem uma falsa inserção de grupos minoritários, com o intuito de ter uma imagem de justas. Mas, não há grandes esforços para que a inclusão ocorra de verdade.
Uma nova forma de discriminação
Para Graham Vaughan e Michael Hogg, autores do livro Psicologia Social, essa é apenas mais um meio de afastar os grupos minoritários. Afinal, o intuito das ações é melhorar a imagem da empresa. Mas, sem de fato incluir.
Conheça alguns exemplos de Tokenismo
O Tokenismo se faz muito presente no dia a dia das pessoas. Ainda mais, porque alguns são muito visíveis, afinal, estão tanto nas grandes mídias, como também na cultura pop.
Um exemplo que vale a pena citar é a baixa presença de pessoas desses grupos tanto no cinema, quanto na televisão. No caso das pessoas com deficiência, as aparições quase não ocorrem.
Pessoas pretas, ou ainda da comunidade LGBTQIAPN+ também tem poucas chances nesse setor. Ou seja, interpretam apenas personagens secundários. Ainda que recebam papéis mais centrais nas produções, no geral, não são tão interessantes.
O Tokenismo nas empresas
Além das mídias, há outros ramos que fazem esse tipo de contratação. Afinal, eles hoje buscam mostrar para o cliente que a empresa é responsável, e porque quer contribuir para um mundo mais justo.
O que ocorre, entretanto, é que elas contratam membros dessas minorias e fazem com que eles virem garotos propaganda. Mas, em muitos casos, dentro da organização esse colaborador não tem as mesmas chances que os demais do time.
As consequências do Tokenismo para pessoas com deficiência
O Tokenismo, quando se trata de pessoas com deficiência, é algo ainda mais grave. Afinal, antes de integrar um membro deste grupo à equipe, é preciso ter um local de trabalho com fácil acesso para ele.
Dados sobre o tema
De acordo com um artigo do portal HR News do Reino Unido, em torno de 15% da população mundial convive com algum tipo de deficiência. Mas, apenas de 2-4% delas trazem desafios reais para a vida da pessoa.
Esses números mostram que muitas pessoas têm potencial de contribuir para a melhoria das equipes. O tokenismo, entretanto, deve ser evitado a qualquer custo, porque esses indivíduos não precisam de caridade, afinal, têm o mesmo talento que seus colegas.
Os efeitos negativos
Tratar uma pessoa com deficiência como apenas um símbolo para sinalizar responsabilidade social pode ocasionar diversos males. Em alguns casos, até mesmo traumas a esses indivíduos, como por exemplo:
- Isolamento social;
- Síndrome do impostor;
- Pressão para falar em nome de um grupo;
- Dificuldades para desenvolver relacionamentos.
O resultado final, na verdade, é que se perde uma pessoa com talentos e potencial. Afinal, ao invés de ajudar nos resultados da equipe, ela é um símbolo para a empresa mostrar responsabilidade social, bem como, que é inclusiva.
Mercado e o Tokenismo
O Tokenismo serve apenas para passar uma falsa ideia de que se leva em conta a importância da equidade de oportunidades. Além do mais, que existe inclusão de membros de grupos minoritários em seus times.
Essa falsa sensação de integração é usada como meio de propaganda. Mas, esconde desigualdades que ocorrem dentro da organização. Afinal, essas contratações por si só não resolvem questões como:
- Machismo;
- Homofobia e racismo;
- Acesso inadequado para pessoas com deficiência.
Promover inclusão social apenas para ir de encontro com o que o mercado diz não resolve esses problemas. Na verdade, ainda pode causar sérios danos psicológicos e até traumas para aqueles que foram usados como tokens.
Como identificar o Tokenismo?
O Tokenismo, além da falta de ideia de inclusão, não leva em conta o que há de particular em cada pessoa. Afinal, o seu principal objetivo é fazer com que ela vire um ícone de responsabilidade social da empresa.
É mais fácil detectar essas firmas do que se pensa. Mas, há alguns detalhes para saber quais são as reais intenções. Ou seja, se ela quer de fato um time mais inclusivo. Logo, confira alguns deles:
- Número pequeno de representantes;
- Redução da identidade da pessoa;
- O colaborador recebe a função de porta voz do grupo;
- Limites para opinar.
A pessoa que se torna o token em um time enfrenta outros desafios. Por exemplo, menos chances de crescer na carreira, porque o papel de representar um grupo está acima do crescimento profissional dentro da firma.
De que forma o Tokenismo atrapalha a inclusão de pessoas com deficiência?
O Tokenismo, de fato, traz mais problemas para a pessoa com deficiência. Afinal, se não há interesse em fazer com que esse colaborador faça parte do time, a acessibilidade pode não ser uma preocupação real.
Esses indivíduos enfrentam outros desafios no local de trabalho. Como resultado, eles não se sentem parte da equipe, porque entendem que estão ali para apenas cumprir a tabela da inclusão. Além disso, podem passar por:
- Discriminação;
- Falta de acesso a oportunidades;
- Dificuldade de mobilidade;
- Exclusão;
- Talentos ignorados.
Quando a pessoa com deficiência se torna um token, ela não está ali para ser reconhecida por suas aptidões. Na verdade, é vista como alguém presente apenas para a empresa evitar críticas e mostrar que dá as mesmas chances para todos.
Qual é a melhor forma para solucionar essa questão?
Há três formas para evitar o Tokenismo nas empresas. Entretanto, para que isso aconteça, é preciso antes de tudo entender não só quais são elas, mas seus efeitos nas equipes. Em resumo, segue a lista:
- Diversidade;
- Equidade de oportunidades;
- Inclusão.
Diversidade significa ter colaboradores das mais diversas origens, tais quais, raça, gênero e orientação sexual. Já a equidade é o que garante que todos que fazem parte do time tenham acesso igual aos recursos da organização.
Inclusão, é não levar em conta a origem das pessoas. No entanto, se elas são acolhidas e têm valor na equipe. Sobretudo, que sua identidade seja respeitada pelos seus pares e pela chefia da empresa.
Ações reais
Para mudar esse quadro, as empresas precisam aumentar esse três pontos. Dessa forma, elas têm muito a agregar aos seus times, com isso, até mesmo ter tanto desempenho, bem como, resultados melhores.
O tokenismo passa uma falsa sensação de inclusão em especial para as pessoas com deficiência. Na realidade, levar um trabalhador para a equipe nessas condições apenas leva à mais exclusão, ou até mesmo pode causar dores emocionais a ele.