A equidade de gênero nas empresas sofreu o impacto por conta da pandemia de Covid-19. Elas falham ao tentar aplicar a igualdade de gêneros em seus cargos. Assim, listamos neste texto a importância dessa pauta, bem como as 7 dicas.
Por que é tão importante falar sobre a equidade de gênero?
De nada adianta promover, por exemplo, o dia 08 de março, se na prática a empresa não aplica a teoria. A situação sempre é a mesma: o número de homens com emprego é maior do que o de mulheres. O salário é desigual, assim como as chances de promoção.
Tratar da equidade de gênero é importante. O relatório The HR 2002 lista o tema como uma das 7 principais tendências da área de Recursos Humanos. Ter uma equipe equitativa significa suscitar a criatividade, e além disso:
- Aumentar a capacidade de inovação, bem como a de produção;
- Ampliar o diálogo e assim, a confiança com os cargos de liderança;
- Promover um ambiente de trabalho mais feliz.
Os ganhos também estão ligados ao lucro. As empresas que praticam a equidade de gênero têm 25% a mais de chances de aumentar a renda em relação aos concorrentes.
Aplique a equidade de gênero na sua empresa
Inserir a pauta da equidade de oportunidades requer, em primeiro lugar, o treinamento da área de Recursos Humanos. O objetivo é orientar os novos processos de seleção e assim, a admissão de novos colaboradores.
Outras atitudes vêm a seguir das contratações. A seguir, 7 dicas para aplicar a equidade de gênero na sua empresa:
1 – Seja ouvinte
Ouvir é o primeiro passo para saber a opinião dos colaboradores. Se há adesão à pauta ou se há a compreensão dela. Uma opção é aplicar a pesquisa anônima, que pode ser focada a fim de obter uma análise inicial.
Outra estratégia é a dinâmica em grupo para a coleta de opiniões. Perguntas como “quantas mulheres são líderes na empresa” motivam o debate. Desse modo, um plano de ação de sensibilização é criado.
2 – Dê o exemplo
As respostas das ações de coleta de opiniões são o norte para que as lideranças ajam. De nada adianta tentar fomentar o tema, se o exemplo não vem de cima. Os líderes, nesse sentido, têm papel vital em contagiar pelo modelo.
Educar para a sensibilização reforça que o óbvio também precisa ser dito e sobretudo, reforçado. Até mesmo porque uma empresa é formada por diversos pensamentos e culturas.
3 – Converse
O diálogo é primordial para fomentar na a equipe a equidade de oportunidades. O cerne é reeducar para incluir. Nesse caso, as palestras externas são bem-vindas, uma vez que o santo de casa não faz milagre.
Muitas empresas promovem a “Semana da Equidade”, ao apresentar preleções que têm a isonomia como pauta. Na sequência, é comum a criação de equipes internas de debate. O objetivo é tratar do tema de forma frequente, com exemplos da própria empresa e do cotidiano da equipe.
4 – Vá para a prática
Promover ações de conscientização mexem com a equipe. Elas podem começar como um e-mail interno, assim como um post-it colado no computador. O objetivo é fazer o colaborador refletir e dessa forma, se engajar com o tema.
Um treinamento também é uma boa opção. As pautas podem variar sobre:
- A capacitação emocional;
- As competências socioemocionais;
- A observação e o debate sobre as ações certas e erradas.
A ideia é estimular a equipe para que a equidade de gênero seja sempre um tema fresco na empresa. Tudo que é lembrado, não cai no esquecimento. Logo, a prática leva a perfeição e busca sempre ser aprimorada.
5 – Apoie as mães
Crie ações que possam apoiar as mães da equipe, como um dia off para o aniversário da criança ou para o acompanhamento em consultas.
Permita que, em datas previstas, os filhos de todos os colaboradores estejam na empresa. Isso reforça os laços entre a equipe, do mesmo modo que dá o exemplo de convivência às crianças.
Uma empresa modelo que apoia as mães é a Natura. Ela tem uma creche na unidade de Cajamar, São Paulo. O objetivo é que as mães se tranquilizem com os filhos por perto e dessa forma, trabalhem melhor.
6 – Não apoie as atitudes machistas
A empresa deve ter uma política clara para os casos de machismo. É importante orientar para que os funcionários não se calem diante desse tipo de atitude. Promover como valor o respeito deve ser a base da empresa.
Não só o machismo, mas como qualquer outra forma de violência, bem como de discriminição devem ser apuradas. Os exemplos negativos não podem contagiar a equipe.
Essas atitudes pequenas refletem a desarmonia do colaborador com a empresa que deseja ser exemplo em equidade de gênero.
7 – Observe os resultados
Com as ações implementadas é necessário observar os seus resultados. Isso pode acontecer em tempo determinado pela empresa. É comum analisar as métricas a cada dois ou três meses.
Elas servem de parâmetro para indicar à empresa em que é preciso melhorar. Sempre devem considerar o objetivo listado no momento do diagnóstico, ou seja, em nossa dica nº1.
Batalhar é preciso pela equidade de gênero
O ano é 2022, mas ainda são muitos os casos de desigualdade. É óbvio que a sua avó teve menos oportunidades que você, porém há muito o que ser feito. O número de mulheres que não sabem ler e escrever, por exemplo, passa perto de meio bilhão no mundo todo.
A Agenda 2030 reúne os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Foi lançada em 2015 pela ONU (Organização das Nações Unidas) e tem como objetivo atender a diversas pautas. Uma delas é a equidade de gênero.
A ideia é que os 169 países que assinaram a Agenda, em 31 de dezembro de 2030, promovam o desenvolvimento sustentável. Dessa forma espera-se que as notícias sobre, por exemplo, a discriminação por gênero nas empresas, sejam pautas de arquivo.
Mulheres que inspiram lideranças sobre a equidade de gênero
Muitas são as inspirações que motivam as ações inovadoras. A atual vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, é um exemplo disso. Ao assumir o cargo, ela disse que seria a primeira vice-presidente mulher, “mas não a última”.
Harris potencializa o papel da mulher em cargos de liderança, bem como das mulheres negras e filhas de imigrantes.
Outro exemplo é a Beyoncé. A cantora é um nome consagrado da música pop mundial. É a precursora do movimento de empoderamento da mulher nos anos 2000 e motivou muitas meninas negras a serem empreendedoras, bem como a viver da música.
Mudar é preciso, mas comece devagar
Após a leitura das dicas, entende-se que a equidade de gênero é um tema essencial para uma empresa. É preciso ter um objetivo sólido para adotar ações assertivas, mas no entanto, dê sempre um passo por vez.
Quando o investimento é profundo, a efetividade é assegurada. Toda mudança para ser real e consistente atende a esses requisitos.