Um dos assuntos que nunca saem de cena, é os que envolvem a moda, e todos os aspectos do capitalismo,que evidenciam a grande necessidade de vender e obter lucro. A mistura entre esses dois assuntos: representatividade das pessoas com deficiência e a moda, é promissora principalmente por atrair diversos olhares.
Muitas pessoas falam sobre representatividade sem entenderem o seu sentido, e por isso decidimos trazer esse artigo tão atual e necessário. Vamos entender e conceituar o que é representatividade para depois entendermos como funciona a representatividade das pessoas com deficiência no mundo da moda?
O que é representatividade das pessoas com deficiência e qual sua importância
Existem inúmeras razões pelas quais devemos dar importância a todos os movimentos ligados à representatividade, principalmente na história, onde grande parte dessas minorias sofreram com o preconceito, discriminação, entre outros.
O surgimento de grupos representativos foram frutos de anos de tratamentos desiguais que por muito tempo foram submetidos.
Historicamente, a nossa sociedade sempre foi preconceituosa, desde suas origens. O que precisamos nos conscientizar é que agora, com toda a tecnologia, somos capazes de estudar e entender todas as injustiças que foram cometidas com as minorias, por isso a importância do surgimento desses grupos representativos, e o apoio da sociedade de forma útil e eficaz.
Existem alguns gatilhos mentais que são inerentes ao ser humano, que se manifestam através dos vieses inconscientes, que são preconceitos enraizados em nossa mente, que mesmo sem querer externalizar, estão presentes. Trabalhar nosso viés é de extrema importância no mundo que vivemos hoje, para garantir a todos, indistintamente um ambiente seguro e representativo, onde todos possam se sentir parte.
A representatividade é pautada na construção subjetiva de identidade entre determinado grupo, evidenciando que estes grupos não procuram somente que seus interesses sejam garantidos, mas que cada membro consiga se descobrir, e se enxergar.
Agora sim, a partir desse conceito, podemos seguir e tratar dos aspectos da moda inclusiva, vamos lá?
Moda inclusiva: o que é?
Pouquíssimas pessoas já ouviram falar sobre a moda inclusiva, mas sim, de fato ela existe, e está presente em nosso dia a dia, Porém, não da forma que deveria ser mostrada e evidenciada.
Atualmente o número de pessoas com deficiência no nosso país marca aproximadamente quarenta e cinco milhões de pessoas, e mesmo com esse número expressivo, a sociedade não para de negligenciar e desprezar essas pessoas, agindo como se elas não existissem. O mundo da moda é uma realidade paralela para grande parte das pessoas com deficiência, principalmente por todo preconceito que sofrem. Quando escolhemos uma roupa, conseguimos transpassar através da escolha, a nossa personalidade.
Dessa forma, o conceito de moda inclusiva recai sobre o desenvolvimento de roupas que são planejadas levando em conta as necessidades físicas e intelectuais de cada indivíduo.
A moda inclusiva pretende juntar os aspectos da funcionalidade, sem deixar de lado o design, estilo e tendências. A maior diferença da moda inclusiva para a moda convencional, é que a primeira busca priorizar alguns aspectos como a mobilidade e conforto na criação de seus trajes.
Essa opção surgiu em Nova Iorque no ano de 2014, em um dos desfiles mais conhecidos do mundo, o Fashion Week. Apresentada pela psicóloga Danielle Sheypuk, a modelo desfilou de cadeira de rodas, e foi uma das primeiras influenciadoras da moda inclusiva em todo o mundo.
Embora tenha surgido tardiamente, essa é uma grande inovação para os dois mundos: o mundo da moda, e o mundo da representatividade das pessoas com deficiência. Devido ao surgimento tardio, é óbvio que a representatividade das pessoas com deficiência na moda ainda é muito inferior ao que deveria ser, mas as maiores marcas do mundo já trabalham a fim de minimizar essa discrepante diferença.
Marcas que trabalham a moda inclusiva:
- Tommy Hilfiger, com início em 2016, através de criações voltadas para crianças com dificuldade de locomoção. A linha recebeu o nome de Tommy Adaptive, e atualmente conta com peças para adultos e crianças;
- Equal: Made in Brazil, desenvolvida por uma estilista do Rio de Janeiro, que despertou o interesse nesse tipo de confecção quando notou as dificuldades enfrentadas pelos paratletas para encontrarem uniformes adaptados. Atualmente a Equal trabalha com todos os tipos de peças para as pessoas com deficiência, sendo assim considerada um exemplo de moda inclusiva;
- Rebirth Garments, essa marca busca trazer uma “pegada” mais artística, e a proposta é oferecer peças únicas que transcendam a identidade de gênero. As roupas são disponibilizadas na plataforma digital Etsy, e hoje atende a todo o Brasil;
- Target- Cat&Jack Collection, essa é a moda inclusiva para deficiêntes intelectuais, e teve origem no ano de 2017. A estilista responsável pela ideia foi Stacey Monsen, que tem uma filha que se enquadra no espectro do autismo. As roupas são desenvolvidas para atender as crianças que podem desenvolver diferentes sensibilidades sensoriais. A target não possui lojas no Brasil, mas as plataforma online entregam para todo o país;
Esses foram alguns exemplos de marcas reconhecidas em todo o mundo que começaram a trabalhar a moda inclusiva.
Embora não pareça tão significativo para você, quando uma pessoa com deficiência se sente representada inclusive no mundo da moda, isso faz com que ela se sinta representada em outros universos também.
Desde o seu surgimento, a moda sempre foi preconceituosa com pessoas acima do peso, ou abaixo do peso, ou pessoas com deficiência. O mundo da moda já machucou diversas pessoas, que chegaram a desacreditar de si mesmas e passaram a acreditar somente nos “modelos” de beleza e padrão que eram apresentados.
A conscientização das pessoas que buscam o fim da padronização e das imposições feitas pela indústria da moda tem atraído diversos olhares, e o movimento se torna cada vez mais real.
E aí, gostou do nosso artigo sobre representatividade das pessoas com deficiência na moda? Compartilhe com os seus amigos, e seja um incentivador das empresas que trabalham com a moda inclusiva.
A Iigual já incluiu mais de 20 mil pessoas com deficiência no mercado de trabalho. A consultoria nasceu da experiência de vida do casal fundador Andrea Schwarz e Jaques Haber, quando Andrea se tornou cadeirante em 1998 aos 22 anos.
Somos especializados em ações de Inclusão e Diversidade com foco em recrutamento e seleção, palestras, treinamentos, acessibilidade física e digital, Censo da Inclusão e Diversidade e consultoria em D&I.
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Jaques Haber