Atualmente estamos vivendo uma pandemia mundial do Coronavírus, que se instaurou em nossa sociedade desde o final de 2019, e até hoje não tem data para ir embora. Por conta desse advento pouco esperado por todos, que ainda preocupa todo o mundo, a vida da maioria das pessoas teve que passar por algumas adaptações jamais esperadas.
Sentar em uma mesa de bar, e sair todo dia cedo para trabalhar, hoje já não é mais uma opção.
Por conta do alto índice de contaminação, a maioria dos locais fecharam, pararam o funcionamento, e começaram a atender somente na modalidade delivery. Infelizmente, o mesmo também aconteceu nos estabelecimentos de trabalho. A pandemia obrigou a todos a uma inovação, o trabalho remoto. Mas com tanta falta de inclusão para as pessoas com deficiência no mundo digital, como será que ficou o trabalho remoto para as pessoas com deficiência? Para entender mais sobre esse assunto, acompanhe nosso artigo.
Trabalho remoto: uma adaptação necessária
O trabalho remoto, na verdade, não é uma novidade. Há muito tempo que as pessoas já trabalham nessa modalidade, a única diferença é que a pandemia impôs isso a todas as pessoas. Muitas empresas que ainda se negavam ao trabalho home office precisaram derrubar alguns “tabus” e aderir à modalidade de adaptação ao trabalho remoto.
Para as pessoas sem deficiência, essa adaptação foi um pouco mais fácil do que para as pessoas com deficiência. Isso devido ao fato de que pouquíssimos sites e meios digitais oferecem a acessibilidade para PCD. A grande dúvida que assola a maioria das pessoas aqui é justamente se os colaboradores com deficiência estão tendo acesso a todas as ferramentas necessárias para desempenhar o seu trabalho em casa.
De quem é a obrigação de fornecer os meios necessários para a adaptação da pessoa com deficiência no trabalho remoto?
A obrigação é inteiramente da empresa em que o PCD presta serviços. Graças à Lei 14.020/2020, ficou proibida a extinção do contrato de funcionários com deficiência sem justa causa. Esse foi um mecanismo importantíssimo na vida de muitos trabalhadores com deficiência que poderiam ser desligados por conta da falta de preparo das empresas. Por esse fato, ficou instituída a obrigação das empresas em promover todos os meios de adaptações possíveis para o trabalho remoto das pessoas com deficiência.
Necessidades do trabalhador em home office
Muitas vezes acabamos pensando que a vida com o trabalho remoto é muito mais simples, afinal, não tem a necessidade de encarar trânsitos caóticos, ou levantar muito mais cedo para chegar no escritório ou na sua empresa. Basta acordar, tomar um bom café, e ligar o computador para começar o dia.
Essa é uma realidade para a maioria das pessoas sem deficiência, porém, para os PCDs a adaptação não é tão simples dessa maneira. A mudança de ambiente exige adaptações extras, que devem ser fornecidas pela empresa, de acordo com a realidade de cada trabalhador.
Para que cada gestor possa compreender as adaptações necessárias a cada funcionário PCD, é preciso que ele faça um mapeamento de todos os funcionários. Esse mapeamento pode ser feito através de um censo, que seria um tipo de “balanço” onde o gestor faria um questionário para que todos os funcionários respondessem, colocando suas necessidades adaptativas, e quais os meios que devem ser disponibilizados para que cada pessoa possa desempenhar seu trabalho sem dificuldades.
A ideia de fazer o censo, é justamente conseguir medir e analisar quais são as adaptações específicas de cada pessoa, principalmente das pessoas com deficiência. Precisamos lembrar que para cada tipo de deficiência, existe uma adaptação específica, e por isso não basta que o gestor simplesmente garanta a todos os funcionários as mesmas formas de acessibilidade.
Ferramentas facilitadoras do trabalho remoto:
- É importante que o gestor garanta a todo tipo de funcionário a adaptação específica, como citado acima. Por isso, é importante que ele garanta, por exemplo, a acessibilidade em plataformas de interação, onde os funcionários fazem reuniões e conseguem interagir de forma colaborativa. A escolha da plataforma, por exemplo, deve ser compatível com o funcionário que tenha alguma deficiência visual. Para isso, a escolha do software deve ser específica para quem tem baixa visão. Como exemplo de plataforma podemos citar o Zoom, que é considerado uma plataforma acessível para quem utiliza as tecnologias assistivas.
- Caso a pessoa seja surda, ou tenha alguma deficiência auditiva, a disponibilização ou a contratação de um intérprete de libras deve ser obrigação do gestor da empresa, que deve proporcionar a todos a acessibilidade. O Google meet é um tipo de plataforma que tem um recurso de legendas, assim como o Skype. Essas plataformas podem ajudar e muito as PCDs com deficiência auditiva, proporcionando assim maior integração nas reuniões.
- Quanto às pessoas com deficiências físicas, as adaptações devem ser relacionadas ao ambiente, e por conta disso muitas vezes essas adaptações são mais fáceis. Caso a pessoa com deficiência não consiga se adaptar à própria casa, cabe ao gestor arrumar um local que a pessoa tenha maior facilidade em desempenhar seu serviço.
- Para as pessoas com deficiência intelectual, como é o caso de pessoas com espectro autista, a adaptação pode ser um pouco mais dolorosa, afinal, mudar de rotina gera um grande impacto para essas pessoas. É preciso ter paciência e estar preparado para fornecer todos os meios possíveis de adaptação. É obrigação do gestor acompanhar de perto o trabalho e o desenvolvimento da PCD em qualquer que seja sua dificuldade.
Trabalhar com acessibilidade requer atenção e muita empatia de cada gestor. Por isso é muito importante conduzir esse processo com muito cuidado. Se a sua empresa tiver dificuldade, não hesite em procurar ajuda de uma consultoria especializada PCD, e garantir assim a todos um trabalho digno.
Gostou do nosso artigo sobre o trabalho remoto para as pessoas com deficiência? Se você já passou por essa experiência, ou estiver passando agora, conte para a gente nos comentários, assim você poderá ajudar outras pessoas.
A Iigual já incluiu mais de 20 mil pessoas com deficiência no mercado de trabalho. A consultoria nasceu da experiência de vida do casal fundador Andrea Schwarz e Jaques Haber, quando Andrea se tornou cadeirante em 1998 aos 22 anos.
Somos especializados em ações de Inclusão e Diversidade com foco em recrutamento e seleção, palestras, treinamentos, acessibilidade física e digital, Censo da Inclusão e Diversidade e consultoria em D&I.
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Jaques Haber