A seleção virtual é uma alternativa que pode ser muito útil para quem busca criar um recrutamento inclusivo. Afinal, permite realizar todas as etapas à distância, sem que o candidato precise se deslocar até a empresa.
O que é uma seleção virtual?
Trata-se de um formato de recrutamento no qual se realizam todas ou a maior parte das ações de modo virtual. Assim, desde a divulgação da vaga, recepção de currículos, aplicação de testes e entrevistas e até o envio de documentos ocorrem de forma remota.
Para que isso seja possível, é comum utilizar plataformas de captação que automatizam as principais funções e inclusive possuem serviços adicionais, como testes de personalidade e conhecimentos específicos.
Também é possível que o próprio RH coordene a seleção virtual, utilizando recursos já utilizados no dia-a-dia das empresas, como por exemplo:
- formulários online;
- aplicativos para reuniões virtuais, como o Google Meet e Microsoft Teams.
Passo-a-passo
Ao realizar a seleção online, alguns passos são comuns ao processo regular, dentre eles a definição da vaga, bem como, os requisitos mínimos que o candidato deve atender. No caso de ser uma posição para pessoa com deficiência, é preciso indicar isso na divulgação.
Depois de analisar os currículos e escolher aqueles que estão aptos a disputar a vaga, é o momento de marcar as entrevistas. Elas servem como um momento para conhecer mais sobre o candidato e questionar sobre:
- sua experiência;
- expectativas na empresa;
- se possui as soft skills necessárias, como organização, trabalho em equipe.
Também na ocasião, o RH deve informar sobre os detalhes da vaga, se o trabalho será presencial ou home office, por exemplo.
Contratação
Ao escolher a pessoa que vai preencher a posição, o processo de contratação também pode seguir de forma remota. Afinal, os documentos podem ser digitalizados assim como o contrato.
Apenas o exame médico que é obrigatório para iniciar o trabalho exige a presença do candidato. No mais, caso a vaga seja para atuação remota é possível realizar treinamentos e até a integração à distância.
É possível fazer a seleção virtual para candidatos com deficiência?
Para as empresas que visam preencher vagas para pessoas com deficiência, a seleção virtual pode ser uma das ferramentas utilizadas. Ainda mais caso o espaço físico não esteja adaptado, a fim de evitar que o candidato tenha problemas no acesso.
Caso opte pelo formato virtual, é preciso comunicar o candidato com antecedência e enviar as instruções de acesso. Também é válido se preparar e montar um roteiro para entrevista que trate dos pontos essenciais.
Outro ponto essencial é ter paciência, uma vez que nesse formato de seleção é possível ter que lidar com problemas como falhas de conexão, por exemplo. Assim, tenha certeza de que a pessoa entendeu suas perguntas e dê tempo para que possa responder.
Quais as adaptações para uma seleção virtual inclusiva?
Na seleção virtual de uma pessoa com deficiência, é preciso pensar em como adaptar os recursos e tornar o processo acessível. Por isso, ao agendar uma entrevista, é válido questionar se possui alguma limitação que exija recursos adicionais, tais como:
- deficiência auditiva;
- problemas de visão.
Nesse contexto, é preciso avaliar se é preciso adotar alguma medida de acordo com o que a pessoa precisa. Afinal, uma pessoa que usa cadeira de rodas não terá problemas para acessar uma reunião virtual, porque sua limitação é em relação ao ambiente.
Já alguém com problema de audição, um recurso que pode ser utilizado é o uso de aplicativos com a função de legenda ou tradução em libras. Também, pode-se permitir que a pessoa tenha um acompanhante no momento da reunião caso seja preciso.
Utilize recursos tecnológicos
Há muitos apps que podem ajudar a tornar a seleção acessível, bem como, podem ser aplicados nas tarefas do dia-a-dia quando a pessoa com deficiência passa a integrar a equipe.
Dentre eles, há leitores de tela que transcrevem em áudio as informações em sites ou apresentações para quem tem problemas de visão.
Também há diversas opções de tradutores em libras, como o Hand Talk, que conta com dois avatares virtuais. Eles fazem a transcrição em tempo real do conteúdo para a linguagem de sinais.
A seleção virtual pode contribuir para a inclusão e diversidade?
Com a seleção virtual é possível romper com uma das principais barreiras que existem para as pessoas com deficiência: a dificuldade no transporte. Afinal, ainda que a empresa invista na adaptação de seu ambiente, o mesmo não ocorre de forma ampla nas cidades.
Diante disso, esses grupos enfrentam vários problemas para se deslocar, como a falta de rampas, vagas exclusivas para estacionar, além do transporte público muitas vezes precário.
Logo, a opção de fazer o processo de seleção de forma remota poupa todo esse esforço na fase inicial. Assim, a pessoa só terá que se deslocar caso seja aprovada e se o trabalho for no formato presencial.
Vale a pena investir nesse formato?
O sucesso do trabalho remoto mostra que a tecnologia pode ajudar a conectar equipes para que trabalhem à distância. Dessa forma, no processo de seleção não é diferente, já que o RH pode ter contato com o candidato e avaliar se está apto para a função.
Para tanto, quem conduz a contratação também deve se adaptar e buscar meios para tornar a seleção mais eficaz, mesmo à distância. Entre os recursos disponíveis para isso estão, por exemplo:
- testes de perfil;
- matrizes que avaliam o modo de tomada de decisão.
Uma forma de melhorar esse aspecto é contar com uma assessoria especializada na área, que pode fornecer as ferramentas para isso. Aliás, no caso da contratação de pessoas com deficiência, é ainda mais importante ter o auxílio de quem tem experiência no ramo.
A IIgual, por exemplo, atua há mais de 20 anos em parceria com empresas que querem tornar suas equipes diversas e promover equidade de oportunidades.