Muitos erros ao se referir a pessoas com deficiência ocorrem em locais de trabalho. Então, é preciso saber que a inclusão e a acessibilidade não são apenas para esse grupo e empresas precisam investir em falar sobre diversidade a fim de evitar o capacitismo.
9 erros ao falar com pessoas com deficiência
Poder interagir é essencial na vida humana, de modo que a linguagem tem impacto sobre quem fala e quem ouve. Assim, a comunicação com a pessoa com deficiência de forma frequente têm sido um dos maiores desafios para acabar com o preconceito.
Empresas e outras instituições que desejam oferecer a equidade de oportunidades se empenham em mudar esse cenário. Por isso, conheça nove erros que a sua equipe ou até mesmo você pode ter cometido a fim de corrigir isso e criar uma interação mais inclusiva.
1- Uso de termos inadequados
Ainda é muito comum se referir a pessoa com deficiência de forma errada. Isso ocorre com o uso de termos ou expressões que reduzem o ser a uma limitação. Dessa forma, as principais palavras a se evitar são:
- Inválido;
- Defeituoso;
- Incapaz;
- Aleijado;
- Excepcional;
- Deficiente;
- Pessoa especial ou com necessidades especiais;
- Mongol;
- Surdo-mudo;
- Doente;
- Portador de deficiência.
O uso desses termos ocorreu na história tanto quando havia ainda muita ignorância sobre o assunto. Alguns deles, porém, foram tentativas de chegar a um nome adequado, mas que hoje não se considera correto.
Por que usar as palavras certas?
Aplicar as palavras corretas no dia a dia, ainda que pareça uma tarefa simples,tem grande impacto. Afinal, a linguagem pode influenciar a criação ou extinção de estigmas sociais. Além disso, muitos dos nomes mais comuns:
- São pejorativos;
- Reduzem a pessoa a sua limitação;
- Falta de respeito.
Usar siglas também não é a melhor opção ao se dirigir a esse grupo de pessoas. Afinal, ainda que seja comum, muitas delas podem ser sentir inferiores ou reduzidas a sua condição com isso.
2- Romantizar a condição das pessoas com deficiência
Fora o uso de termos errados, há ainda pessoas que podem ir para outro extremo. Um exemplo disso acontece quando se coloca esses grupos em posição de herói ou de vítimas o tempo todo.
Quando se usa, por exemplo, falas que colocam as pessoas com deficiência como um ícone de inspiração por fazer algo de rotina, como trabalhar. Além disso, podem se referir a elas como vítimas, isto é, acreditam que elas não podem fazer qualquer ação sem ajuda.
3- Achar que elas devem gratidão ou são dignas de pena
Outro erro ao se referir a pessoa com deficiência é falar como se ela devesse gratidão a quem está ao seu redor. Dessa forma, se indica que a sua visão é a de que ninguém poderia ser amigo, casar ou contratar alguém como ela por outra razão além de pena.
4- Não se dirigir a pessoa com deficiência
Por falta de treino em uma empresa, por exemplo, alguns podem se sentir constrangidos ao se dirigir a esse grupo. Assim, outra atitude incorreta é se dirigir apenas a quem os acompanha. Isso é muito ruim porque é uma forma de:
- Tratar a pessoa como infantil;
- Deixar implícito que ela não é capaz de resolver a questão;
- Silenciar.
A inclusão e integração desse grupo em qualquer local deve levar em conta todos os aspectos, inclusive na hora de se comunicar. Então, fazer palestras, treinos e mudar os seus processos de seleção são algumas maneiras de evitar o capacitismo na sua empresa.
5- Fazer perguntas sobre a deficiência
Muitos que se deixam levar pela curiosidade podem fazer perguntas sobre a condição da pessoa com deficiência. Mas isso pode não ser uma boa prática, já que passa do limite em uma interação social, em especial quando não se é próximo da pessoa.
Não seja invasivo
Isso pode criar situações constrangedoras, além de perturbar o propósito de viver comum. Afinal, quem tem qualquer tipo de deficiência já pode ter ouvido perguntas como essa várias vezes.
6- Duvidar de sua capacidade
Outro erro ao se dirigir a pessoas com deficiência é acreditar que elas são incapazes de aprender ou ensinar algo. Desse modo, muitos podem agir como se fossem infantis, aos quais se precisa dar apoio em tudo.
7- Oferecer ajuda o tempo todo
Nesse contexto, outra atitude que mostra preconceito é tentar oferecer auxílio em tudo, inclusive em tarefas simples. Então, busque prestar atenção a situação para avaliar melhor quando oferecer ajuda, ou espere que a pessoa o solicite.
8- Falar de inclusão apenas para pessoas com deficiência
O conceito de inclusão social é essencial para empresas, escolas e outros locais importantes na vida de um cidadão. Mas, de forma errada, ao falar desse tema, muitos o associam apenas a esse grupo, o que gera um estereótipo, pois ele é útil para:
- Mulheres;
- Idosos;
- LGBTQIA+;
- Crianças;
- Pessoas com mobilidade reduzida.
Logo, na verdade, são vários grupos que precisam da discussão e aplicação prática dessa pauta. Além disso, em locais de trabalho, esse é tema que se associa à equidade de oportunidades.
9- Acessibilidade é apenas para esse grupo?
Deixar um espaço acessível é o que, em geral, se pensa quando há menção desse termo. Mas ele também é muito mais amplo e aborda vários pontos que outros grupos sociais precisam como o acesso a, por exemplo:
- Digital;
- Comunicação;
- Instrumentos de uso na rotina.
Banheiros, rampas ou pisos táteis servem para melhorar a autonomia das pessoas com deficiência. Desse modo, não se deve dizer que eles têm necessidades especiais, apenas precisam do mesmo que outros indivíduos, que têm liberdade para fazer suas atividades.
Como se referir a pessoas com deficiência?
Todos esses foram exemplos do que não fazer a fim de melhorar a sua interação com a pessoa com deficiência. Então, algumas formas de fazer isso da maneira certa são:
- Agir de maneira educada e de acordo com a situação;
- Não usar palavras no diminutivo, pois isso faz a pessoa parecer infantil;
- Olhe e pergunte a pessoa, não a quem a acompanha.
Caso tenha dúvidas sobre como a pessoa gostaria de ser tratada, pode perguntar a ela. Além disso, é essencial não tentar classificar as pessoas entre normais e pessoas com deficiência, ambas pertencem à mesma categoria.
Por fim, vale destacar que colocar isso em prática é essencial para o processo de inclusão na sua empresa. Então, busque quem possa falar sobre o tema de forma mais profunda e inspire a mudança nas suas equipes.