A inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho é uma pauta que precisa ser discutida com urgência. A Lei de Cotas, aprovada em 2012, obriga empresas a incluírem pessoas com deficiência em seu grupo de colaboradores, mas a realidade ainda é distante da ideal, pois apenas metade das vagas destinadas a PCD’s são ocupadas atualmente no Brasil. Neste artigo falaremos sobre como está o mercado de trabalho para pessoas com deficiência e o que ainda precisa melhorar.
A Lei de Cotas
A Lei de Cotas exige que as empresas tenham uma porcentagem mínima de pessoas com deficiência em seu corpo de colaboradores. Mas, infelizmente, muitas delas não cumprem a lei da forma ideal. Além de muitas empresas não cumprirem a meta estabelecida pela lei, outras ainda evitam fortemente a contratação de pessoas com deficiências específicas.
Isso acontece porque os gestores das empresas procuram por pessoas com deficiência “sem deficiência”, ou seja, pessoas com deficiências que não exijam tanto esforço de adaptação por parte da empresa, como a adaptação do espaço físico para pessoas com deficiência física, ou o aprendizado de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) para que haja uma clara comunicação, ou materiais disponibilizados em braile etc.
Em linhas gerais, a Lei de Cotas vem sendo cumprida, mas ainda de forma lenta e forçada, pois as empresas ainda buscam meios de escapar dela.
As dificuldades enfrentadas por pessoas com deficiência no mercado de trabalho
Mesmo após a contratação, funcionários com deficiência ainda enfrentam algumas dificuldades no ambiente de trabalho. O preconceito, infelizmente, ainda é uma marca presente e persistente na rotina de um funcionário com deficiência, e ele se manifesta de várias formas, algumas sutis e outras escancaradas. Lidar com piadas de cunho ofensivo, apelidos pejorativos, falas maldosas são algumas formas de preconceito demonstradas por colegas sem deficiência aos funcionários PCD’s. Ter que lidar com a constante desconfiança em sua capacidade por parte de funcionários sem deficiência também é uma questão muito desagradável para pessoas com deficiência. Eles estão constantemente precisando provar aos outros que são plenamente capazes de demonstrar seu conhecimento e aplicá-lo de forma positiva para a empresa.
A falta de informação como fator principal para a dificuldade na contratação
Apesar de a Lei de Cotas ter facilitado muito o acesso de PCDs ao mercado de trabalho, dados apontam que muitas empresas não estão dispostas a se preparar para receber pessoas com deficiência. E esse preparo não se trata somente de espaço físico ideal, mas começa na equipe de recrutadores. Muitos setores de Recursos Humanos das empresas estão despreparados quando o assunto é contratação de pessoas com deficiência, isso porque não estão verdadeiramente dispostos a conhecer as particularidades que há em cada deficiência e em quanto potencial há em funcionários com deficiência.
A falta de informação até mesmo com respeito à Lei de Cotas, e aos inúmeros benefícios da inclusão faz com que as empresas não tragam para o grupo de colaboradores pessoas com deficiência. Existem empresas que, inclusive, incluem em seus registros o contrato de prestação de serviço de pessoas com deficiência, mas as paga para permanecerem em casa, sem exercer qualquer atividade relacionada à empresa, e comparecer pessoalmente apenas em dias específicos, de fiscalização do Ministério Público. Apesar de ser chocante e quase inacreditável, este é um fato recorrente no nosso país.
As vantagens em contratar pessoas com deficiência
Apesar de um cenário desfavorável em muitos casos, as empresas que incluem pessoas com deficiência estão sendo muito beneficiadas, não apenas por cumprir uma lei de forma correta, mas pelo valor e riqueza que a diversidade agrega no ambiente de trabalho.
Pessoas com deficiência são igualmente – ou mais – empenhadas em suas funções em relação a funcionários sem deficiência. Além disso, a contratação de PCD’s torna o ambiente diversificado, e propício para discussões pertinentes quanto a inclusão das minorias sociais, a diversidade, a inovação e o bom exemplo.
Fazer com que a presença de PCD’s no ambiente de trabalho ou até mesmo falar sobre o assunto deixe de ser um tabu é um passo importante rumo a uma sociedade igualitária, que não exclui minorias e não pratica a exclusão, que faz com que pessoas com deficiência se sintam acolhidas e capazes de demonstrar sua capacidade excepcional de adaptação, demonstração de bons resultados e saldos positivos para a empresa.
A visibilidade vem auxiliando na inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho
É fato que a visibilidade nas grandes mídias é uma grande aliada na inclusão de pessoas com deficiência. Incluir PCD’s em propagandas televisivas ou nas redes sociais tem dado abertura para que a sociedade veja pessoas com deficiência com outros olhos, e enxerguem nelas potencial e capacidade, adjetivos outrora negados a este grupo social.
O mercado de trabalho também vem se beneficiando dessa visibilidade, pois as empresas que abrem as portas para PCD’s e se mostram dispostas a adaptar seu ambiente para recebê-las vem colhendo frutos bons e vantajosos para ambas as partes.
O aperfeiçoamento do processo seletivo e o enriquecimento de valores
As empresas que realizam contratação de PCDs relatam terem adquirido muitas habilidades especiais em seu processo seletivo. O setor de Recursos Humanos dessas empresas aperfeiçoam seus conhecimentos e observam o candidato para além de suas dificuldades, e olha para ele da mesma forma que para um profissional sem deficiência. Dessa forma o mercado de trabalho se torna mais inclusivo e possibilita experiências profissionais enriquecedoras a pessoas com deficiência.
Funcionários sem deficiência de empresas que contratam PCDs também relatam que se sentem em constante aprendizado. Com o preconceito sendo algo intrínseco e presente em tantos lugares e em tantas situações, conviver com pessoas com deficiência é um constante exercício de desconstrução e aprendizado de valores como respeito, diversidade e igualdade social.
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A Iigual já incluiu mais de 20 mil PCDs no mercado de trabalho. A consultoria nasceu da experiência de vida do casal fundador Andrea Schwarz e Jaques Haber, quando Andrea se tornou cadeirante em 1998 aos 22 anos.
Somos especializados em ações de Inclusão e Diversidade com foco em recrutamento e seleção, palestras, treinamentos, acessibilidade física e digital, Censo da Inclusão e Diversidade e consultoria em D&I.
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