A gamificação na seleção de pessoas com deficiência é uma abordagem que pode trazer benefícios. Porém, ao mesmo tempo ela também apresenta desafios que precisam ser vistos com cuidado. Então, descubra se vale a pena usar esta estratégia e como fazer isso.
O que é gamificação?
A gamificação pode ser entendida como uma forma de aplicar elementos de jogos a atividades cotidianas. Ou seja, uma forma de fazer com que as tarefas tenham um sistema que as torne mais interessantes, como acontece com os games, em geral.
Dessa forma, elas transformam as atividades que poderiam ser mais monótonas, ou menos dinâmicas em algo mais divertido e motivador. Para isso, as tarefas passam a ter traços que são típicos de jogos, tais como:
- pontos;
- níveis;
- ranking;
Pode haver ainda recompensas e medalhas. Além disso, outro ponto é que a prática trabalha com metas claras e objetivas. Também com desafios proporcionais aos níveis. Dessa forma, são um ótimo recurso para manter uma espécie de competição saudável.
O que é a gamificação no RH?
A gamificação no RH é uma abordagem moderna e atual que inclui os elementos de jogos na gestão de pessoas. Assim, ela é uma tática que pode servir para fazer a seleção e recrutamento de pessoas. Mas também, na hora de treinar e desenvolver as equipes.
Na seleção, por exemplo, ela é um modo de avaliar as competências e as habilidades de forma mais dinâmica e objetiva. Bem como, mais divertida para o candidato. Com isso, o avaliador consegue obter um maior nível de envolvimento e interação.
Assim, esta é uma forma inovadora e diferenciada de fazer o processo de seleção. Além disso, usar jogos desde as etapas iniciais, é uma forma de atrair os candidatos alinhados aos valores e à cultura da empresa.
A gamificação é útil na seleção de pessoas com deficiência?
Sim, a gamificação serve para fazer a seleção de pessoas com deficiência. Isso porque, ela pode ajudar a retirar barreiras, como as físicas, por exemplo. Além disso, elas podem reduzir algum viés inconsciente que os recrutadores possam ainda ter.
Outro ponto positivo para os candidatos com deficiência é que os jogos podem tornar as entrevistas e os demais processos mais confortáveis. Ou seja, eles ajudam a minimizar o estresse e a ansiedade, comuns na busca por emprego. Assim, eles participam mais:
- confiantes;
- seguros;
- engajados.
Isso é crucial para que eles expressem de forma plena o potencial de suas competências e habilidades. Pois, os ambientes de jogos são propícios para que as pessoas, de forma geral, sintam-se mais confiantes e capazes.
Qual é o desafio para a gamificação na seleção de PCDs?
Um dos principais desafios para a gamificação na seleção de pessoas com deficiência é garantir que os jogos sejam inclusivos. Bem como, acessíveis para todos os candidatos. Isso porque, eles possuem potenciais e limitações diferentes.
Por exemplo, os jogos que exigem muita coordenação motora são uma barreira para alguns tipos de deficiência física. Da mesma forma, os jogos que têm muitos elementos visuais, dificultam para as pessoas com deficiência visual. Por isso, é preciso identificar barreiras:
- físicas;
- sensoriais;
- cognitivas.
Depois disso, encontrar meios de fazer com que os jogos sejam acessíveis e inclusivos para todos os participantes. Ou, o maior número deles.
Como tornar a gamificação mais inclusiva?
Para tornar a gamificação inclusiva, é preciso primeiro avaliar a acessibilidade de jogos e plataformas. Pois, ao saber onde estão as falhas de acesso, é possível criar e aplicar as soluções. Assim, é crucial ter um acesso digital que permite várias entradas de dados como:
- textos;
- voz;
- gestos.
Além disso, é preciso adaptar os jogos para que eles possam ser adequados para diferentes tipos de deficiências. Ou seja, os jogos devem ter um certo equilíbrio em relação às habilidades que eles exploram. Por exemplo, as motoras, auditivas e visuais.
Um ótimo jeito de perceber quais os reais obstáculos, para assim, agir sobre eles, é estar disponível para ouvir os participantes. Isso porque, eles podem fornecer uma percepção mais apurada de onde se torna mais crucial a adaptação.
Mensagens claras e acessíveis
Outro ponto importante é que as mensagens e informações fornecidas durante o jogo sejam fáceis de serem compreendidas por todos. Dessa forma, uma maneira eficaz de alcançar isso é através do uso de descrições de áudio para acompanhar informações visuais.
Por exemplo, em um jogo digital, além de exibir instruções na tela, também pode incluir uma narração de áudio que descreve essas instruções de forma clara e em detalhes.
Recursos adicionais
Oferecer recursos adicionais, como guias de acessibilidade, pode ser muito útil para ajudar os participantes a entenderem melhor as regras do jogo, os objetivos e as estratégias necessárias para ter sucesso.
Além disso, outro ponto muito importante é garantir que o feedback seja relevante e útil para os participantes. Ou seja, que tenha dados claros sobre o desempenho deles no jogo como, suas conquistas e áreas de melhoria.
Também, conter uma forma de fazer com que as opiniões deles sobre recursos cheguem a empresa. Pois, esse é um modo de saber quais recursos ainda faltam ser incluídos, entre outros.
Um trabalho que vale a pena
Pode-se dizer que fazer com que os jogos se tornem mais inclusivos e acessíveis, dá um certo trabalho. Afinal, é preciso pensar em soluções que derrubem obstáculos. Contudo, vale a pena para quem almeja uma empresa plural e diversa.
Isso porque, ao investir nisso, as empresas não apenas cumprem um dever social, mas também colhem os frutos de uma equipe mais criativa e produtiva.