Nesse artigo iremos tratar da inclusão de pessoas com deficiência além da integração obrigatória estipulada pela lei de cotas.
Diversas pesquisas promovidas no ambiente comercial comprovaram que o ingresso de pessoas com deficiência nas empresas trouxe resultados extremamente positivos.
Para entendermos um pouco melhor sobre esse assunto, vamos analisar a lei de cotas de 1991 e seus efeitos.
Lei de Cotas: Integrar ou Incluir?
O conceito da palavra integrar, trata da necessidade de se tornar parte, a partir de um esforço unilateral da pessoa com deficiência, que sozinha luta para se adaptar aos direitos já existentes, na forma que são disciplinados, sem receberem qualquer apoio ou adaptação, exatamente conforme ocorre com a lei de cotas. Infelizmente, devido à toda influência histórica, as pessoas com deficiência já crescem sabendo das suas dificuldades e dos preconceitos que devem enfrentar devido à ignorância de grande parte das pessoas. Dessa forma, a integração tão somente garante o acesso da pessoa com deficiência aos ambientes, como escola, trabalho, e até mesmo espaços públicos, mas de forma superficial, não promovendo a acessibilidade.
Neste mesmo sentido, o conceito da palavra incluir trabalha um sentido muito mais amplo e abrangente, demonstrando preocupação não somente com a integração, mas todo um comportamento social que deve ser modificado, permitindo assim que todas as pessoas tenham suas necessidades assistidas de forma eficaz e direcionada, atendendo exatamente o que a pessoa com deficiência necessita. Para que o significado de inclusão seja alcançado, é necessário trabalhar a sociedade e todos seus cidadãos, que externalizam com frequência seus preconceitos e vieses inconscientes que se manifestam das mais variadas formas, inclusive por meio do capacitismo. É somente por meio da inclusão que se pode reconhecer que cada indivíduo é diferente, e que devem ser reconhecidos à medida de suas diferenças, de acordo com o princípio da igualdade disciplinado na Constituição Federal de 1988.
A partir dessa breve diferenciação, podemos notar que é necessário muito mais do que integração para que uma sociedade seja inclusiva e garantidora de direitos iguais, que sejam aplicáveis a todos os cidadãos, sem distinção.
A lei de cotas n°8213/91 prevê que todas as empresas de grande porte (acima de 99 funcionários) devem destinar uma parte de suas vagas às pessoas com deficiência. O número em porcentagem varia de 2% a 5%, devendo ser dividido da seguinte forma:
- De 100 a 200 empregados – 2% de trabalhadores com deficiência;
- De 201 a 500 empregados – 3% de trabalhadores com deficiência;
- De 501 a 1000 empregados – 4% de trabalhadores com deficiência;
- Acima de 1000 empregados – 5% de trabalhadores com deficiência (cota fixa).
Esse é o maior exemplo de integração conhecido atualmente. Já restou comprovado que a mera contratação não é suficiente para garantir um bom desenvolvimento da PCD no trabalho, e que para isso é necessária a inclusão de pessoas com deficiência.
Benefícios da inclusão de pessoas com deficiência na empresa:
- Ambiente mais propício para inovação: Quando uma junção de ideias e pensamentos diferentes contribuem para se “pensar fora da caixa” você torna o ambiente inovador. Trabalhar a inclusão social e conhecer os benefícios da empresa inclusiva é basicamente compreender que a sua empresa está em desenvolvimento, e que todo esse trabalho desencadeará uma grande inovação futura, com o trabalho conjunto e o pensamentos diferentes, é fácil somar esforços e se preparar para o novo.
- Desenvolvimento de equipes mais criativas: quanto mais pessoas diferentes, com histórias e experiências diferentes, mais criativo e enriquecedor se tornará o ambiente. Com o surgimento da diversidade nas empresas, pessoas diferentes começam a apresentar diferentes ideias para várias áreas. “Think out the box” (pensar fora da caixa). Seja na solução de conflitos, ou na criação de novas estratégias, quanto mais diverso o ambiente, mais ideias irão surgir e ajudar na solução dos problemas. O resultado costuma ser muito enriquecedor, e na maioria das vezes mais benéfico do que em empresas que possuem uma padronização de funcionários com soluções sempre iguais. A troca de experiências entre pessoas diferentes estimula o aprendizado e contribui no desenvolvimento de soluções que jamais conseguiriam ser pensadas por uma pessoa sozinha, ou um grupo de pessoas que tenham a mesma realidade social.
- Motiva o bom relacionamento entre as pessoas: quando você proporciona um ambiente mais diversificado dentro da empresa, faz com que diversas pessoas diferentes trabalhem juntas para um mesmo objetivo comum. Quando a equipe trabalha junto, de forma que todos se sintam incluídos, o ambiente empresarial se torna enriquecedor. Tanto pela troca de experiências pessoais, quanto para as relações no trabalho. Esse é um passo importantíssimo na hora de promover a inclusão de pessoas com deficiência, pois muitas vezes o preconceito pode vir dos próprios colegas de trabalho.
- Melhora a imagem da empresa: quando a empresa atrai os mais diversos olhares, ela acaba se autopromovendo. Atualmente, preocupar-se com a diversidade e inclusão é essencial para tornarmos a sociedade mais justa. Mudar a imagem da empresa desperta curiosidade e aumenta a concorrência de forma significativa, pois quanto mais a empresa é inclusiva, mais pessoas têm interesse em trabalhar nesse ambiente, e mais produtividade ela gera. Quando uma empresa cumpre com o seu papel social, ela atrai olhares de admiração, fazendo com que pessoas a tenham como referência para investimentos e também para começar um novo ciclo de trabalho.
- Atrai os melhores profissionais do mercado: se a sua empresa quer ter os melhores profissionais, deve oferecer também as melhores oportunidades, afinal, todo bom funcionário sonha em trabalhar em uma empresa que respeite seu trabalho, e que, acima de tudo, o valorize. Os bons profissionais são automaticamente atraídos para as melhores oportunidades de trabalho, onde eles sabem que serão valorizados, pois nesses ambientes todos são incluídos e se sentem parte da equipe. Empresas assim costumam valorizar cada empregado, suas tarefas e até mesmo suas habilidades, evidenciando a importância do serviço, e incentivando-os a melhorar a cada dia.
Gostou do nosso artigo sobre os benefícios da inclusão de pessoas com deficiência nas empresas? Então comente aqui os benefícios que a inclusão trouxe para seu ambiente comercial, e como sua empresa está classificada hoje.
A Iigual já incluiu mais de 20 mil pessoas com deficiência no mercado de trabalho. A consultoria nasceu da experiência de vida do casal fundador Andrea Schwarz e Jaques Haber, quando Andrea se tornou cadeirante em 1998 aos 22 anos.
Somos especializados em ações de Inclusão e Diversidade com foco em recrutamento e seleção, palestras, treinamentos, acessibilidade física e digital, Censo da Inclusão e Diversidade e consultoria em D&I.
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Jaques Haber