Se você quer saber como agir após contratar uma pessoa com deficiência, veja diversas dicas do que você deve fazer após contratar uma PCD. Já que, depois que começou a vigorar a lei de cotas, essa dúvida é muito frequente entre os gestores das empresas inclusivas.
O que trata a lei de cotas para a pessoa com deficiência?
Não é novidade para ninguém que por muito tempo as pessoas com deficiência foram marginalizadas e excluídas da vida em sociedade por conta da falta de meios de acessibilidade que permitissem que elas vivessem de forma autônoma.
Conforme o tempo foi passando, o próprio Estado tomou a consciência de que precisava garantir às PCDs os direitos sociais, que são mínimos para todos os cidadãos, como o direito à:
- educação;
- trabalho;
- lazer;
- segurança.
Com isso surgiu a Lei de Cotas, que garante à pessoa com deficiência vagas de emprego em empresas de grande porte, que tenham em seu quadro de funcionários mais de 99 pessoas.
As vagas se destinam de 2% a 5%, a depender da quantidade de funcionários em cada empresa, devendo ser dividida da seguinte forma:
- De 100 a 200 empregados — 2% de trabalhadores com deficiência;
- De 201 a 500 empregados — 3% de trabalhadores com deficiência;
- De 501 a 100 empregados — 4% de trabalhadores com deficiência;
- Acima de 1000 empregados — 5% de trabalhadores com deficiência (cota fixa).
Quando a lei foi promulgada, ela tão somente tinha o objetivo de garantir o ingresso da pessoa no mercado de trabalho, sem se preocupar com os aspectos que envolviam a sua permanência neste ambiente.
Em outras palavras, a lei somente garantia a integração, mas não se preocupava com a inclusão da PCD de fato na empresa.
Falta de inclusão nas mpresas
Sem o fornecimento das acessibilidades, os funcionários com deficiência tinham dificuldade em realizar suas funções, e os gestores começaram a notar que somente obedecer à lei de cotas não era o suficiente para garantir a autonomia, era preciso ir além.
Os estudos realizados na área dos negócios começaram a evidenciar o crescimento e o desenvolvimento das empresas que garantiam as acessibilidades necessárias para a PCD desempenhar o seu papel com facilidade e destreza.
Esses resultados começaram a atrair olhares de investidores e gestores que também queriam implementar nas suas empresas a inclusão e a diversidade.
Minha empresa é inclusiva, o que devo fazer após a contratação da pessoa com deficiência?
Em primeiro lugar, sua empresa somente pode se dizer inclusiva se ela fornecer os aparatos necessários à inclusão da PCD.
Devido a esse motivo, sua empresa somente será inclusiva se você colocar ao dispor do funcionário com deficiência os meios possíveis para que ele desempenhe o seu trabalho de forma independente.
Não existe uma lista pronta de afazeres que você deve acompanhar após contratar uma PCD, mas existe a disponibilização das acessibilidades que sempre devem ser levadas em conta, e colocadas à mesa.
O que são acessibilidades?
Acessibilidade é uma condição para utilização segura de espaços com móveis e equipamentos urbanos, edificações, serviços de transporte, comunicação e informação para pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida.
Acessibilidade Atitudinal
Refere-se à eliminação de barreiras, por meio de atitudes de percepção do outro sem preconceitos ou discriminações.
É quando existe por parte do Estado ou do privado o interesse na promoção da redução das desigualdades sociais, podendo ser feito através da criação de projetos, ou ao priorizar recursos que se destinam à acessibilidade.
Arquitetônica
É priorizar o acesso em todos os locais, para todos sem distinção. Pode ser feita através de rampas de acesso, banheiros adaptados, elevadores, piso tátil, acesso a informações em braile e libras.
Metodológica
Busca eliminar barreiras no ensino, para que todos tenham acesso ao ensino de qualidade sem discriminação.
Tem relação com a forma com que o professor conduzirá sua disciplina, possibilitando meios de aprendizagem, avaliação e inclusão. Não diz respeito somente à sala de aula em si, mas a todos os ambientes de aprendizagem.
Acessibilidade nos transportes e nas comunicações
A prestação estatal de serviços públicos sempre deve ser direcionada a todos, sem discriminação.
Cabe ao Estado sempre promover esse acesso, e não somente dentro dos transportes, mas também fora, como rampas de acesso, pontos de ônibus acessíveis, vagas para PCDs, dentre outros.
Nas comunicações é vital eliminar as barreiras na comunicação interpessoal, ainda mais nas situações em que as pessoas precisam se manifestar para pedirem ajuda dentro da empresa, ou em qualquer lugar, a fim de solicitar dados, ou explicar algo.
Contratei uma pessoa com deficiência, e agora?
Agora você precisa ficar calmo, pois tudo vai dar certo, e as chances da sua empresa expandir estão cada vez mais perto de serem alcançadas.
Quando existe a contratação de pessoas com deficiência na empresa, deve haver uma preparação de todos os funcionários, e a promoção de uma grande conscientização de todos.
Se preocupe em saber de todos os aparatos que a pessoa com deficiência pode precisar para desempenhar suas funções, como mesas adaptáveis, entre outras.
Busque sempre deixar à disposição do funcionário com deficiência tudo que ele precisa para desempenhar suas tarefas com autonomia.
Você poderá realizar um mapeamento da sua empresa, analisando o perfil dos funcionários, e também toda a estrutura física do local de trabalho. Esses mapeamentos são cruciais para saber o que você deve melhorar, e o que você deve manter.
Não existem regras do que se deve fazer quando se contrata alguém com deficiência. O importante é ser uma pessoa empática e saber se colocar no lugar da outra pessoa, promovendo todos os meios de inclusão que forem necessários.
Quais os desafios para a inclusão efetiva da pessoa com deficiência?
Um dos principais desafios na hora de fazer a inclusão efetiva da pessoa com deficiência após a contratação é lidar com o preconceito e a discriminação. Isso porque, embora haja outros desafios, este pode afetar muito a rotina de ambos os lados.
Do ponto de vista do membro que está entrando na equipe, isso representa uma barreira a mais com o qual ele tem de lidar, para conseguir fazer parte, cumprir suas tarefas e buscar seus avanços na carreira.
Para o empregador, permitir que este tipo de conduta ocorra é um risco, inclusive, legal. Dessa forma, é crucial ter políticas e práticas que proíbam os atos discriminatórios.
Como criar políticas e práticas inclusivas?
O primeiro passo para criar políticas e párticas inclusiva é ter um compromisso com a inclusão. Afinal, ela é um processo que acontece dia após dia. Mas, não apenas isso, como definir metas e objetivos para avaliar o que funciona e o que não para sua empresa.
Para tanto, chame os líderes e gestores para engajar na causa. Então, revise as políticas e prática atuais para fazer os ajustes para que elas sejam inclusivas. Seja firme contra o preconceito.
Contudo, o diálogo deve ser aberto e franco com todos da equipe. Assim, faça a conscientização de quanto a diversidade e a inclusão é importante para todos. Além disso, ofereça chances equitativas de avanços na carreira.
Ao seguir estas dicas e começar a colocar elas em prática, você pode ter uma empresa mais diversa e inclusiva. E as equipes além de mais unidas, tornam-se também, mais fortes e coesas.
Qual é a importância de contratar uma pessoa com deficiência?
Contratar uma pessoa com deficiência para a sua empresa, a princípio, é vital para criar um ambiente diverso e inclusivo na organização. Ou seja, é essencial tanto do ponto de vista social quanto para o empresarial.
Isso porque contribui para uma equipe mais variada, o que permite ter visões diferentes para uma mesma solução e escolher a melhor. Principalmente para negócios que costumam tomar decisões que visam atingir um público mais específico.
Tal fato também será um fator determinante para não só combater os vieses enraizados nas pessoas, quanto educá-los sobre as questões de diversidade.
É a partir desse ponto, então, que se cria um ambiente com equidade de oportunidades para todos, sem discriminação e preconceito com quem tem deficiência. Além disso, mostra o nível de compromisso que a empresa tem com o seu dever social ao promover a igualdade.
Melhora a imagem da marca no mercado
Uma empresa que se compromete, mostra ao mercado tem um compromisso sério com as causas sociais em sua cultura.
Isso não só é bem-visto pelos seus clientes, mas também por parceiros e investidores. Ao passo que, deixa claro que o negócio não visa somente cumprir a lei de cotas para pessoas com deficiência, mas de responsabilidade.
Embora haja punições para uma empresa que não atinja a meta de contratação, é vital que a organização vá além do que pede a legislação. Ou seja, fazer com que cada vez mais esse grupo de pessoas tenha espaço não por suas limitações, mas pela qualidade.
Todo o negócio tende a ganhar com isso, pois terá uma equipe diversa com visões e experiência ampla para agregar. Bem como a pessoa que, ao ganhar uma chance no mercado, dará o seu melhor.
Um melhor ambiente de trabalho
Vale frisar que, ao contratar uma pessoa que tem algum tipo de deficiência, isso ajuda a criar um ambiente de trabalho mais leve e positivo. Uma vez que isso pode contribuir para a construção de laços fortes entre a equipe e deixar o clima organizacional dinâmico e alegre.
Também vale citar que a boa convivência com os colegas é essencial. Ao passo que será uma forma de fazer com que todos aprendam sobre inclusão e diversidade e o quanto isso é benéfico para a empresa.
Como garantir a estabilidade da pessoa com deficiência após a contratação?
Para garantir que a pessoa com deficiência se mantenha estável, é vital que a empresa dê todo o suporte e apoio a ela. Além disso, fomentar a importância de ter um ambiente de trabalho cada vez mais inclusivo, do mesmo modo, vale destacar:
- conscientizar e treinar a sua equipe;
- adotar espaços para recebê-los bem;
- ter uma comunicação clara e aberta;
- chance para que ela cresça na empresa;
- mostrar que sua opinião importa;
- celebre cada uma das suas conquistas.
Não basta só contratar, acima de tudo, a empresa deve garantir que essa pessoa tenha a plena condição de trabalhar sem afetar sua saúde mental.
Por fim, o líder, gestor, bem como o RH, devem sempre pregar o respeito entre os colegas para que nada gere impactos negativos.
Gostou do nosso artigo sobre o que fazer depois da contratação da pessoa com deficiência? Não tem segredos, não é mesmo? Está pronto para desenvolver a sua empresa? Então, implemente já uma cultura de diversidade e respeito.
A Iigual já incluiu mais de 20 mil pessoas com deficiência no mercado de trabalho. A consultoria nasceu da experiência de vida do casal fundador Andrea Schwarz e Jaques Haber, quando Andrea se tornou cadeirante em 1998 aos 22 anos.
Somos especializados em ações de Inclusão e Diversidade com foco em recrutamento e seleção, palestras, treinamentos, acessibilidade física e digital, Censo da Inclusão e Diversidade e consultoria em D&I.
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Andrea Schwarz
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Jaques Haber