Se você está lendo esse artigo e sabe o conceito de capacitismo, já deve ter pensado em inúmeras formas de como superá-lo. Mas, se você ainda não conseguiu compreender ao certo o que significa essa palavra, iremos conceituá-la abaixo. Somente a partir do seu conceito é que conseguiremos trazer algumas formas de como superar o capacitismo.
Capacitismo é a caracterização da discriminação sofrida pelas pessoas com deficiência. Esse termo surgiu por conta de uma construção da sociedade que considera as pessoas sem deficiência “normais”, criando uma subestimação da capacidade e aptidão das pessoas com deficiência.
O maior motivo ensejador do desconhecimento do que é capacitismo se dá justamente pela falta de interesse em discutir assuntos tão polêmicos, que, além das pessoas participantes da sociedade, envolve ainda o Estado como protagonista de toda essa falta de atenção.
Como não é novidade para ninguém, é o Estado que deve garantir as necessidades básicas de todos os cidadãos, incluindo educação, lazer, transporte e segurança.
Porém, as pessoas com deficiência geralmente não conseguem desfrutar desses mecanismos, principalmente devido à falta de acessibilidade e inclusão.
Entender sobre esses aspectos nos leva a compreender um pouco da realidade de cada pessoa que já passou por essa discriminação e sofrimento, e acima de tudo nos mostra a importância de discutirmos e trazermos à tona temas tão importantes e atuais.
O capacitismo como preconceito e discriminação se manifesta principalmente quando uma pessoa subestima a capacidade da outra pelo simples fato de ela ser pessoa com defciência. Geralmente a pessoa com deficiência é tratada de forma infantilizada, e pormenorizada pelo simples fato de ter alguma deficiência que é visível, sem ser notada ou percebida pela sua capacidade, mas apenas pela sua deficiência.
Entender o que é capacitismo é muito importante, principalmente pelo fato de que, por não ser muito conhecido, acabamos praticando de forma involuntária. Como é o caso dos vieses inconscientes, o capacitismo também pode ser evitado quando compreendido e estudado.
A cultura capacitista ainda se manifesta muito na vida das pessoas com deficiência, por isso precisamos aprender como superar o capacitismo.
Políticas públicas: como superar o capacitismo
O dever do Estado é muito significativo quando diz respeito às formas de como superar o capacitismo.
O Estado, a partir da criação de leis e decretos positivam a necessidade da inclusão social, da acessibilidade, e do alcance indistinto dos direitos sociais.
É indiscutível a importância dessas leis, podendo ser citadas como exemplo a lei de cotas, Lei nº 8213/91, bem como a Lei de Brasileira de Inclusão (LBI), nº 13146/15, e dezenas de decretos regulamentadores de acesso aos meios de transporte, locais públicos, entre outros.
Porém, mesmo com a criação de diversas legislações, o Estado não consegue sozinho atender a toda a demanda necessária para a inclusão da pessoa com deficiência na sociedade, abrindo margem para comentários capacitistas e discriminações sociais.
Somente a partir da criação de algumas políticas públicas além das legislações é que seremos capazes de reduzir esses índices.
De acordo com essas duas leis, o capacitismo hoje no Brasil é crime! Punido com multa ou até mesmo cerceamento da liberdade dependendo da situação.
O desenvolvimento de algumas políticas, além das leis, podem ajudar nesse processo de desmistificação do que é o capacitismo, através da promoção de alguns eventos de conscientização por exemplo, distribuição de cartazes que explicam como o capacitismo se manifesta, comerciais e propagandas que dêem exemplos de atitudes capacitistas e porque não reproduzi-las.
Para evitar as atitudes capacitistas, precisamos definir primeiramente quais são essas atitudes. Confira abaixo alguns exemplos e como superar o capacitismo e se portar diante dessas situações
Como o capacitismo se manifesta:
A partir de várias atitudes no nosso dia a dia podemos encontrar o capacitismo se manifestando nas mais variadas formas.
- Evite presunções: sempre que estamos diante de uma pessoa com deficiência presumimos, ou encontramos alguém que presuma, que as capacidades dessa pessoa são limitadas. Deduzir que a pessoa com deficiência não pode ter uma vida normal por ser PCD é a forma mais natural de capacitismo que encontramos no dia a dia. Frase como “nossa, ela é deficiente mas vive a vida normalmente”, não é um incentivo, e sim uma discriminação que nos rodeia desde sempre. Evitar esse tipo de comentário é uma forma de diminuir algumas barreiras imaginárias que existem entre o PCD e a pessoa sem deficiência. Quebrar alguns “tabus” e deixar claro que todas as pessoas, com deficiência ou não, podem viver uma vida normal, dependendo apenas de cada pessoa decidir qual o melhor caminho para enfrentar as suas dificuldades.
- Evite chamar de doenças: pessoas sem deficiência costumam querer que a pessoa com deficiência passe por algum tipo ou processo de “cura”. A deficiência não é doença, seja ela de qualquer natureza. Antes de sair oferecendo tratamentos ou mudança, observe se a pessoa está interessada em realizar esse processo. Ao tratarmos as pessoas com deficiência como “doentes” estamos mais uma vez inferiorizando sua capacidade de desenvolvimento.
- Ninguém tem a obrigação de ser exemplo de superação: quando vemos uma pessoa com deficiência lidando com seus objetos e se destacando em alguma área, costumamos usar esse fato como um exemplo de superação. A pessoa com deficiência não tem obrigação nenhuma de ser vista como uma superação, e isso geralmente ocorre porque nós supervalorizamos as deficiências, e admiramos até mesmo a execução de uma tarefa comum. É importante lembrar que a pessoa com deficiência está somente tentando viver sua vida, não está tentando se transformar em um super herói. Quando você elogia uma pessoa com deficiência porque ela está dançando, por exemplo, é uma forma de capacitismo, e não uma forma de elogio, afinal, você não sairia elogiando pessoas sem deficiência pelo simples fato de dançarem.
Embora básicos, esses são exemplos claros do capacitismo, e também exemplos de como superar o capacitismo. Somente com a criação de políticas de conscientização é que seremos capazes de reduzir esses expressivos números de discriminação e preconceito, que se escondem por trás do conceito de capacitismo e da forma que ele se manifesta.
A Iigual já incluiu mais de 20 mil pessoas com deficiência no mercado de trabalho. A consultoria nasceu da experiência de vida do casal fundador Andrea Schwarz e Jaques Haber, quando Andrea se tornou cadeirante em 1998 aos 22 anos.
Somos especializados em ações de Inclusão e Diversidade com foco em recrutamento e seleção, palestras, treinamentos, acessibilidade física e digital, Censo da Inclusão e Diversidade e consultoria em D&I.
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Jaques Haber