O recrutamento de PCDs é uma excelente ferramenta de inclusão que traz benefícios tanto para o novo funcionário, como também para a empresa. Conheça dicas, não apenas para cumprir a lei, como também para tornar o processo de ofertar vagas mais simples.
E então, o que é uma vaga PCD?
De acordo com a Lei de Cotas 8213/91, o termo PCD quer dizer que uma determinada vaga está destinada às pessoas com deficiência comprovada por laudo médico.
A lei foi criada com o intuito de incluir estes indivíduos no mercado de trabalho. Portanto, uma empresa com 500 funcionários deve reservar pelo menos 3% de vagas para PCDs. Conheça os tipos de deficiência:
- Físicas;
- Auditiva;
- Visual;
- Mental;
- Intellectual, como a Síndrome de Down;
- Múltiplas.
É importante ressaltar que pela lei ainda estão incluídos os beneficiários reabilitados pela Previdência Social. Ou seja, os que passaram por processos de reabilitação para o mercado de trabalho.
A lei
Primeiro de tudo, a Lei de Cotas criada em 1991 tem como o principal objetivo incluir os portadores de deficiências no mercado de trabalho. No entanto, vale lembrar que ela apenas entrou em vigor em 1999, por meio do decreto nº 3.298.
De acordo com o que ela estabelece, as empresas com mais de 100 funcionários devem estabelecer cotas para os PCDs, conforme a seguir:
- até 200 = 2%;
- de 201 a 500 = 3%;
- entre 501 e 1000 = 4%;
- a partir de 1001 = 5%.
Dê chance a todas as pessoas
Nos próximos tópicos você confere 5 dicas que ajudam a recrutar essas pessoas para dentro da sua empresa. Então, veja como ele pode ser mais simples do que parece.
1- Como fazer recrutamento de PCDs?
Aqueles que trabalham no RH precisam ter em mente que os candidatos portadores de deficiência devem ter acesso às mesmas chances que os demais profissionais. Afinal, não deve haver discriminação no ambiente de trabalho.
Este processo seletivo de recrutamento de PCDs não deve ser um sistema a parte dentro da empresa. No entanto, é preciso considerar que há alguns detalhes. Portanto, a pessoa responsável deve estar preparada para executar o processo de modo eficaz.
Capacidade em primeiro lugar
Antes de mais nada é preciso considerar o potencial do profissional. Afinal, os candidatos possuem as mesmas ou até mesmo mais qualificações que qualquer outro que concorre aquela posição.
2- Como funciona na prática?
O RH pode encontrar alguns desafios no recrutamento de pessoas com deficiência. No entanto, há algumas ações que podem tornar todo o processo mais simples, não apenas para quem seleciona, mas também quem se candidata à vaga.
Ambiente inclusivo
Este é um passo que as empresas devem tomar antes de iniciar o recrutamento de PCDs. Para tal, precisa de uma política de inclusão interna que torne o ambiente de trabalho adequado a estes funcionários.
São medidas que cobrem, como por exemplo, os espaços físicos para receber este tipo de profissional. Além disso, um ambiente que faça com que o profissional sinta seu valor.
Divulgar as vagas da forma correta
É importante que a empresa divulgue de modo claro que há vagas para pessoas com deficiência. Isto deve ser feito não apenas por meio de descrições precisas, bem como em locais onde estas pessoas costumam visitar.
Atenção às etapas do processo seletivo
O primeiro passo é não subestimar a capacidade do candidato por conta da sua deficiência. Portanto, defina quais são as competências exigidas para que a pessoa exerça aquela determinada função.
3- A importância da acessibilidade
Um dos principais pontos do recrutamento de PCDs é ter em mente que o processo não deve existir dentro da empresa apenas para cumprir a lei. Assim sendo, pode valer a pena, a empresa contratar uma consultoria para ajudar no processo.
O posto de trabalho adequado também torna mais fácil a adaptação do funcionário ao seu setor. Além disso, os colegas também devem receber informações sobre como tornar este ajuste mais simples para todos.
A empresa deve considerar outros fatores ao contratar um PCD. Afinal, é preciso ter políticas para que essas pessoas ocupem seus cargos e desenvolvam suas atividades com as devidas condições. Dessa forma, seguem alguns exemplos:
- Jornada especial de trabalho;
- Salários iguais;
- Vale transporte;
- Estabilidade.
O processo não pode ser restrito apenas às etapas do recrutamento de PCDs. Mas, também em medidas para que a pessoa permaneça no cargo.
4- Dificuldades no processo de recrutamento
Há alguns elementos básicos para facilitar a contratação destas pessoas. Assim sendo, as empresas precisam levantar as seguintes questões:
- Há uma política de inclusão que funcione?
- Os líderes apoiam estas contratações?
- As vagas são atrativas?
Tudo importa
Obter estas respostas, não apenas torna o processo de seleção mais fácil. Além disso, aumenta as chances do funcionário permanecer na vaga.
Falta de preparo do RH
Um estudo realizado pela I.Social com a Catho revelou que 86% dos especialistas em RH encontram desafios na hora do recrutamento de PCDs.
Eles são das mais diferentes naturezas, como por exemplo, a falta de apoio dentro da cultura da organização. Afinal, não é uma tarefa simples mudar o modo de pensar não apenas dos colaboradores, como também das lideranças da empresa.
Na prática, a grande maioria das empresas ainda enxerga a contratação de PCDs apenas como uma meta para cumprir a Lei de Cotas, ao invés de enxergar os benefícios que estas pessoas podem trazer para a empresa.
Vagas pouco atraentes
Outro cenário que pode acontecer, até mesmo por falta de percepção das reais capacidades que estas pessoas podem oferecer a empresa, é ofertar não apenas vagas ruins, como também baixos salários para os PCDs.
Isso pode passar uma imagem de que a empresa não se preocupa com inclusão. Ainda que o objetivo seja esse, pode parecer que ela está apenas tentando cumprir a meta legal. Portanto, PCDs podem sequer sentir vontade de aplicar para as vagas.
5- Cuidados para a o recrutamento de PCDs
Um dos primeiros cuidados no processo seletivo é não colocar uma deficiência descrita na descrição da vaga. Afinall, isso pode ser visto como uma forma de discriminação.
Outro aspecto a considerar é que por conta da falta de chances de estudos antes da lei, talvez alguns precisem de um pouco mais de treino e ensino para exercer o cargo.
Durante as entrevistas é essencial ter as ferramentas adequadas para que ela corra de forma justa e clara, como por exemplo, ter um intérprete de libras para as pessoas surdas.
Faça tudo da maneira correta
No final das contas, uma consultoria especializada pode ser a melhor solução para uma empresa que está iniciando no recrutamento de PCDs.