Os cargos de liderança nas empresas costumam despertar interesse em todos os que podem se candidatar às vagas.
Cada vez mais tem se falado de diversidade e inclusão dentro das empresas.
A Lei de Cotas também serviu para trazer a pauta de inclusão para os negócios pelo Brasil.
Mas ainda assim, o cenário ideal ainda está longe.
As pessoas com deficiência muitas vezes precisam se adaptar à empresa, tendo que lidar com falta de informação, preconceitos e falta de estruturas para recebê-las de maneira adequada.
Além disso, muitas vezes elas são empregadas em cargos operacionais, sem oportunidades de desenvolver suas habilidades, crescer e alcançarem cargos melhores.
Dentro disso surge a questão: as pessoas com deficiência têm ocupado cargos de liderança dentro das empresas que se dizem inclusivas?
A resposta, infelizmente é não.
Falta representatividade dentro das empresas.
Falta chances iguais de ter as competências aperfeiçoadas, falta, acima de tudo, uma visão mais abrangente a respeito do quanto uma pessoa com deficiência pode agregar dentro da empresa.
Sem pessoas com deficiência na alta liderança das empresas como podemos de fato transformar as organizações em ambientes inclusivos?
Se queremos mudar a cultura de uma empresa, sem alcançar a liderança, não faremos mudanças.
No Brasil a cultura hierárquica dentro das empresas ainda é muito forte.
E ter pessoas com deficiência dentro da liderança garante que as demais pessoas que estão ali inicialmente por conta da Lei de Cotas, possam crescer profissionalmente.
Afinal, a representatividade permite que os preconceitos e as barreiras sejam rompidos.
Ter uma pessoa com deficiência na liderança da sua empresa abre caminho para os próximos líderes, gestores, coordenadores com deficiência que podem agregar ao seu time.
E mais:
Por conta dessa representatividade, será possível aperfeiçoar os produtos e serviços da empresa para que atendam também às necessidades específicas de seus consumidores com deficiência bem como de suas famílias.
Fora isso, existe o benefício inegável de que, ao trabalhar a inclusão, você também trabalha a diversidade como um todo, já que a deficiência é transversal e possui representantes em todos os segmentos da sociedade, com diversidade de:
- raça,
- idade,
- gênero,
- orientação sexual,
- religião,
- condição social, econômica, cultural, entre outros aspectos.
Além do cumprimento da Lei de Cotas é preciso estabelecer metas de pessoas com deficiência nos cargos de gestão, bem como na alta liderança da empresa.
E para isso é importante trabalhar incansavelmente a cultura organizacional.
Isso, para criar um ambiente inclusivo, que enxergue as pessoas além de suas deficiências ou de qualquer rótulo, e que estimule ações afirmativas para trazer maior representatividade em toda a organização.
Então, com líderes com deficiência será muito mais fácil mudar o mindset da limitação para a valorização e oportunidades que uma equipe plural, diversa e inclusiva pode agregar para o negócio.
Como diz a máxima da Convenção Internacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência instituida pela ONU: “Nothing about us without us.”
Nada sobre nós sem nós!