A empregabilidade define o quanto um perfil de pessoa ou grupo é atrativo para o mercado de trabalho. Assim, hoje em dia, há um anseio para que as empresas formem equipes mais plurais e ofereçam chances de emprego para os grupos minorizados.
O que é empregabilidade?
É o que define uma pessoa ou público que tem mais chances de conseguir uma vaga de emprego. Além de conseguir passar no processo de seleção, esse conceito também leva em conta o tempo que o indivíduo se mantém na empresa que o contratou.
Para que alguém tenha um bom nível de empregabilidade e se torne atrativo no mercado de trabalho, há alguns fatores essenciais. Então, os principais pontos que contribuem para isso são:
- Formação em nível superior;
- Experiência na área do cargo pelo qual compete;
- Hard e soft skills;
- Perfil profissional.
Diante disso, há pessoas que podem ter mais chances de exercer cargos de liderança e gerência, por exemplo. Mas, essa variação ainda não é justa para alguns grupos.
Empregabilidade e diversidade
Ainda há pessoas dos grupos chamados minorizados que não tem equidade de oportunidades. Então, entre os que mais sofrem com isso são, por exemplo:
- Mulheres;
- Pessoas com deficiência;
- Negros;
- Indígenas;
- LGBTQIA.
Isso quer dizer que elas não ocupam cargos de gerência e liderança na mesma proporção em que existem no mundo fora das empresas. Além disso, o estigma social associado a essas pessoas interfere na sua carreira.
Diversidade, inclusão e empregabilidade
Os três conceitos estão ligados de forma profunda. Portanto, é essencial entender como um afeta o outro e como isso influencia nas oportunidades de trabalho. Assim, entenda a definição de diversidade e inclusão a seguir.
Inclusão
Após uma empresa contratar alguém dos grupos monorizados, essa pessoa precisa ser incluída tanto nos processos internos quanto por seus colegas de trabalho. A capacidade de se manter no emprego também é um dos fatores que a empregabilidade leva em conta.
Quando a inclusão não ocorre, as chances que essa pessoa continue na empresa são muito menores. Desse modo, um dos desafios do RH é intervir, a fim de preparar o local de trabalho para receber esses grupos.
Diversidade
É a qualidade daquilo que é diverso, em resumo. No contexto social, o seu sentido se refere aos diferentes grupos de pessoas com cores, etnias e credos, por exemplo. Apesar de existirem muitos, apenas alguns conseguem se manter no mercado de trabalho.
Onde isso ocorre, em geral, vários públicos ficam à margem das chances de conseguir um emprego, por exemplo. Assim, eles têm a sua vida financeira, social e profissional prejudicada.
Como a diversidade afeta a empregabilidade?
Para incluir pessoas com deficiência, mulheres e negros, por exemplo, nas vagas de empregos, há algumas medidas internas e externas à empresa. Assim, algumas delas são:
- Leis de inclusão;
- Processos seletivos com reserva de vagas a alguns grupos;
- Estratégias para inclusão dentro da empresa;
- Incentivo para aumentar a empregabilidade dos grupos diversos.
Medidas de inclusão
Dentro do ambiente corporativo, o setor de RH planeja o recrutamento e seleção com número definido de vagas para pessoas pretas, pardas e indígenas, por exemplo. Desse modo, elas garantem que esses grupos estejam presentes na empresa.
Essa, porém, não é uma medida completa, pois o RH também precisa planejar formas de incluir tais pessoas no local de trabalho. Então, isso pode ocorrer por meio de:
- Políticas internas;
- Garantia de segurança física e psicológica;
- Criar um setor para atender e resolver demandas específicas dos grupos;
- Treinar e incentivar essas pessoas para os cargos de liderança;
- Palestra sobre inclusão.
Tudo isso ajuda a manter grupos minorizados ativos no mercado de trabalho, a fim de que elas possam crescer na sua carreira. Assim, espera-se que no futuro, os números sejam mais próximos entre mulheres e homens como líderes.
Empregabilidade no Brasil
No país, há várias formas de incentivo não só no âmbito corporativo, mas também do governo, a fim de aumentar a empregabilidade dos grupos minorizados. Então, esse processo começa pela base que é a educação.
Sistema de cotas
O primeiro quesito para ter um cargo mais alto é possuir uma formação adequada. Desse modo, os processos de seleção para cursos superiores e para concursos públicos, em geral, precisam ter vagas reservadas:
- 20% para pretos e pardos;
- Entre 5% e 20%, de acordo com o número de vagas, para pessoas com deficiência;
- 50% para alunos de escolas públicas no caso de vestibulares.
Dados
Apesar disso, a situação geral ainda não é tão positiva para os grupos minorizados. Um exemplo disso, é que as mulheres são maioria nos cursos superiores hoje. Mas, ocupam apenas 39% dos cargos de liderança, de acordo com um estudo da Grant Thornton.
Os dados do IBGE de 2018 mostram que, mesmo com a lei para inclusão de pessoas com deficiência, apenas um 1% dos 45 milhões no Brasil ocupam cargos formais no setor privado. Além disso, pretos e pardos ocupam apenas 29% das vagas de gerência.
Vantagens da diversidade e inclusão nas empresas
Esse cenário está mudando aos poucos, não apenas no Brasil, mas também no mundo. Então, a empregabilidade dessas pessoas é maior hoje do que era no passado e tende a continuar crescendo até que as empresas atinjam um equilíbrio.
Alguns dos principais avanços que se nota ao fazer isso são:
- Inovação;
- Criatividade;
- Resultados melhores;
- Bons retornos financeiros;
- Atração e retenção de talentos;
- Melhora a imagem da empresa;
- Equipes mais diversas e dinâmicas;
- Pessoas mais seguras e confiantes no local de trabalho.
Os estudos sobre o aspecto prático de colocar pessoas diversas na liderança e incluí-las no local de trabalho, têm mostrado que essa é uma boa ideia.
Desafios para as empresas
A empregabilidade significa se tornar atrativo no mercado de trabalho. Com as medidas de inclusão, pessoas que ao longo da história do país foram deixadas à margem, aumentaram suas chances nos últimos anos, mas ainda são os primeiros passos.
De acordo com o Fórum Econômico Mundial, o número de homens e mulheres com emprego ainda levará cerca de 257 anos para superar grandes diferenças. Então, a inclusão é um processo lento, no qual o RH tem um papel essencial com:
- Apoio a educação superior e formação continuada;
- Cursos;
- Palestras que levem à reflexão do tema;
- Seleções inclusivas.
Tudo isso mostra que, apesar de muito avanço já ter sido alcançado, ainda há muito o que empresas públicas e privadas podem fazer. Desse modo, elas vão contribuir para a carreira dessas pessoas e terão equipes mais criativas, plurais e eficientes.