Durante a pandemia, é importante nos atentarmos aos cuidados específicos que cada tipo de deficiência exige.
As pessoas com deficiência não foram incluídas nos grupos de risco da COVID-19, apenas se apresentarem alguma comorbidade, como doenças respiratórias, diabetes entre outras, ou se tiverem mais de 60 anos.
No entanto, de acordo com Regina Fornari Chueire – médica fisiatra -, em reportagem no R7 (leia no link https://noticias.r7.com/saude/pessoas-com-deficiencia-tem-3-vez)es-mais-risco-de-contrair-coronavirus-13042020), pessoas com deficiência têm até 3 vezes mais chances de contrair o vírus.
- A pessoa com deficiência visual apalpa superfícies ou encosta em outras pessoas para se locomover.
- Uma pessoa surda constantemente toca o rosto para se comunicar através da Língua de Sinais.
- Paraplégicos tocam nas rodas das cadeiras, pessoas com deficiência intelectual podem ter dificuldade em se expressar e entender as recomendações.
E esses são apenas alguns exemplos.
Por causa disso, precisamos nos atentar aos cuidados específicos com cada tipo de deficiência, para garantir que o risco de contato seja o menor possível.
Para facilitar, listamos alguns cuidados aos quais precisamos nos atentar:
– Doença rara:
Pessoas com baixa imunidade, doenças autoimunes ou que fazem uso de medicamentos imunossupressores devem se isolar, o máximo possível, doentes crônicos precisam continuar os seus tratamentos normalmente.
E, caso utilizem ventilação mecânica ou sejam traqueostomizados, a higienização desses equipamentos precisa ser realizada com frequência.
– Deficiência física:
Pessoas com lesões na medula podem apresentar problemas respiratórios.
Por isso, é necessário se atentar para perceber qualquer alteração no ciclo respiratório dessas pessoas.
Caso façam uso de cadeiras de rodas, evitem ao máximo frequentar lugares públicos, como hospitais, mercados ou farmácias, porque ao tocar as rodas com suas próprias mãos, existe risco de contágio.
Da mesma forma pessoas que fazem uso de bengalas, muletas ou andadores devem ter atenção redobrada quanto à higienização desses equipamentos assistivos.
– Deficiência visual
Como o tato é o sentido mais explorado, lave sempre as mãos, e use álcool 70% para desinfectar superfícies e objetos.
Ao receber ajuda de alguém, procure tocar nos ombros da pessoa.
– Deficiência auditiva
Caso se comunique por Libras, lave as mãos constantemente e evite ao máximo tocar no rosto ao fazer gestos.
Além disso, procure sempre utilizar álcool 70% para desinfectar as mãos, punhos e objetos no geral.
Acima de tudo, mesmo durante a comunicação, procure usar máscara.
Quando conversar com um ouvinte mantenha distância segura de pelo menos dois metros, já que ele terá que tirar a máscara para que seja possível fazer a leitura labial.
Do mesmo modo, use máscara mesmo respeitando a distância.
– Deficiência intelectual
Dentre todas as citadas, talvez as pessoas que possuem deficiências intelectuais são as que correm maior risco.
Primeiramente, porque podem ter dificuldade em comunicar o que sentem, exigindo que a família esteja sempre atenta aos sinais ou mudanças de humor e de temperatura, apetite e etc.
E também, pela dificuldade de compreensão com relação à pandemia, por isso, novamente a família deve estar atenta aos cuidados de higiene, reforçando sempre, de maneira clara e objetiva, a importância e o motivo de estarem lavando as mãos com maior frequência e evitando tocar o rosto.
Com essas recomendações o perigo de contágio diminui, mas ainda assim é preciso tomar cuidado ao ter contato com pessoas ou com o meio externo.
Assim poderemos garantir mais segurança para as pessoas com deficiência.
Mas pensando em todas as precauções especiais que precisamos tomar, será que não é esse o momento de reconhecer as pessoas com deficiência como grupo de risco?
Falamos sobre esse assunto em outro texto, você pode ler clicando no link: https://iigual.com.br/blog/2020/05/14/as-pessoas-com-deficiencia-deveriam-estar-nos-grupos-de-risco-da-covid-19/
Quem sabe dessa maneira, poderemos exigir ainda mais o suporte e a atenção do poder público, dos hospitais e estabelecimentos públicos, necessário às famílias e às pessoas com qualquer tipo de deficiência.