Em decisão histórica, STF aprovou a doação de sangue por homossexuais
Você sabia que homens homossexuais que tiveram algum tipo de relação sexual no decorrer de 12 meses não podiam doar sangue?
As normas da ANVISA proibiam a doação apenas por parte dos homens, já que os considerava possíveis portadores do vírus HIV, as mulheres poderiam doar normalmente.
No primeiro dia desse mês, a igualdade teve mais uma vitória.
O STF formou maioria provisória de votos para derrubar restrições à doação de sangue por homens homossexuais. Os ministros consideraram essas normas da ANVISA e do Ministério da Saúde, inconstitucionais, já que a descriminação contra homossexuais é crime.
Mas afinal, o que isso significa na prática?
Em primeiro lugar, é uma ótima notícia para os hospitais e bancos de sangue, que estão com as reservas de sangue baixas devido à pandemia do corona vírus. Como disse a Defensoria Pública: “a situação dos bancos de sangue do país encontra-se em estado crítico, em particular pela imposição da pandemia pela Covid-19, como relatam os hemocentros estaduais (…)”
Porém, a questão mais importante que resultou dessa decisão é a inclusão dos homossexuais.
Até porque, não parece justo limitar um ato de generosidade por conta da orientação sexual de uma pessoa.
Gostamos de sempre reforçar que cada pessoa é única. Não é possível estereotiparmos alguém por características avulsas. Afinal, não existe nenhum homossexual igual a outro, nenhum negro igual à outro, nenhuma pessoa com deficiência igual a outra.
Enfim, todas as pessoas são singulares e carregam histórias e vivências únicas.
Pensando nisso é fácil entender que a falta de oportunidades e o preconceito começam em um estereótipo – o estereótipo de que todo homossexual poderia transmitir alguma DST (Doença Sexualmente Transmissível), impedindo por anos que os mesmos doassem sangue, o estereótipo de que toda pessoa com deficiência é limitada, etc.
Essas mentiras construídas na sociedade fazem com que em diversos momentos, não vejamos o ser humano. Precisamos lapidar nossos olhos para com as pessoas, para enxergar além dos rótulos. Uma pessoa paraplégica não é apenas sua cadeira de rodas, inclusive, essa pessoa tem sua própria orientação sexual, seus gostos, suas habilidades e talentos.
Da mesma forma um homem homossexual não tem mais chances de contrair algum tipo de doença que um homem heterossexual. Aguçar a percepção quanto às pessoas nos torna mais predispostos à não rotular alguém.