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Capacitismo: o preconceito com as pessoas com deficiência

Jaques Haber by Jaques Haber
27 de março de 2025
in Inclusão
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Veja o que é o capacitismo e como ele acontece. Além disso, saiba como ele afeta as pessoas com deficiência. Ainda mais, entenda como perceber ele no dia a dia e também quais são as formas de combater, bem como, evitar esse tipo de preconceito.

O que é capacitismo?

O capacitismo é um tipo de preconceito que afeta as pessoas com deficiência. Desse modo, ele acontece quando alguém pensa ou age de forma negativa em relação a esse grupo, apenas devido as suas diferenças. Aliás, esse ato pode levar a: 

  • discriminar; 
  • excluir; 
  • ser injusto.

Muitas vezes, as pessoas com alguma condição passam por desafios extras na vida diária, como as barreiras físicas. Em outras palavras, pode incluir falta de acesso e inclusão de pessoas com deficiência em ambientes de trabalho e na educação. 

Uma forma de preconceito

Qual a primeira imagem que vêm a sua mente quando pensa em uma pessoa com deficiência? Essa parece uma pergunta simples, mas pode revelar o quanto os preconceitos estão internalizados em alguém.

Por muito tempo, nascer com uma deficiência, ou adquiri-las ao longo da vida, era interpretado pela sociedade como um castigo de Deus.

Em seu livro de não-ficção, Holocausto Brasileiro, Daniela Arbex registrou a triste e recente história do Colônia, hospital para doenças psiquiátricas localizado no estado de Minas Gerais.

Muitos dos pacientes internados no hospital não tinham problemas psiquiátricos. Diversas pessoas com deficiência foram abandonadas naquele lugar, por famílias que tinham vergonha, e acima de tudo, muitos preconceitos.

Essa história real dos anos 80 parece fantasiosa, mas revela o quanto é tardia a visão correta acerca das pessoas com deficiência.

Ainda hoje, rótulos e termos pejorativos são amplamente utilizados em rodas de conversas, principalmente para se referir a uma pessoa com deficiência. Não há dúvidas de que o preconceito é tão cultural como arcaico. 

Sabemos que pode acontecer de uma pessoa não ter conhecimento a respeito da realidade de pessoas com deficiência. Mas se a visão distorcida permanece mesmo após sua visão ser aberta, claramente veremos uma pessoa que discrimina de propósito.

charge onde uma mulher pergunta a um homem, ao lado de uma moça cadeirante de rodas "o nome dela? "tem quantos anos?" ela consegue?
e o homem responde a atitude de capacitismo com "pergunta pra ela"

Como esse tipo de preconceito se manifesta?

Ele pode se manifestar de muitas maneiras. Por exemplo, algumas pessoas podem pensar que quem tem deficiência é menos capaz. Além disso, que não podem realizar certas tarefas, ou que precisam de ajuda o tempo todo

Dessa forma, esse é um modo de pensar muito distante da verdade. Ou seja, é querer colocar as pessoas em rótulos. De maneira direta, então, o capacitismo é toda e qualquer ação discriminatória e preconceituosa, que classifica esse grupo como:

  • inaptas a realizar tarefas;
  • incapazes de tomar decisões;
  • sem autonomia para cuidar de suas próprias vidas;
  • limitadas.

O termo vem do inglês “ableism”, e é pautado na ideia construída de um corpo perfeito, padrão, “normal” e da subestimação das habilidades das pessoas com deficiência.

Exemplo de capacitismo

Muitas vezes, somos capacitistas até mesmo para elogiar alguém com deficiência e isso acontece de maneira inconsciente. Por exemplo, ao supervalorizar uma pessoa só pelo fato dela ter deficiência, ou por realizar tarefas cotidianas e simples.

Quando o ato é explícito, na intenção de excluir, invisibilizar ou depreciar uma pessoa com deficiência, o ato configura crime. No ambiente de trabalho, aliás, ele também está presente, latente ou não. 

A Lei Brasileira de Inclusão, sobre a qual já falamos aqui no blog, prevê pena de 1 a 3 anos de reclusão para esses casos. Por conta disso, muitas pessoas com deficiência não tem chance de crescer dentro das empresas, nem mesmo para assumir cargos de liderança.

Quais são as origens históricas do capacitismo?

As origens históricas do capacitismo remontam a vários períodos e culturas antigas, como a Idade Média, por exemplo, as pessoas ligavam limitações físicas com superstições e crenças religiosas.

Além disso, a eugenia no século XIX, uma pseudociência que defendia a melhoria da raça humana por meio de uma seleção artificial, teve implicações sérias para propagar esse tipo de preconceito. Alguns fatos que fizeram esse assunto ser discutido foram:

  • avanços após a Segunda Guerra Mundial;
  • paradigma social da deficiência;
  • legislação e direitos civis;
  • vagas de trabalho inclusivas;
  • políticas de inclusão nas escolas.
Capacitismo: o preconceito com as pessoas com deficiência
O capacitismo remonta a tempos antigos. Imagem do Freepik.

Como o capacitismo afeta a vida das pessoas com deficiência?

O capacitismo cria um estigma resultando em discriminação e, portanto, afeta a vida das pessoas com deficiência em vários âmbitos. Isso impacta de uma forma negativa não só na saúde mental, como também no bem-estar desses indivíduos.

Confira a seguir em detalhes como esse preconceito pode se tornar um obstáculo para criar ambientes plurais e trazer danos para a vida das pessoas com deficiência.

Estigma e discriminação

O estigma social trata sobre como as pessoas com deficiência muitas vezes são vistas por meio de estereótipos negativos. Desse modo, cria um ambiente no qual elas são marginalizadas e rotuladas com base em suas aptidões físicas ou cognitivas.

Os preconceitos enraizados e estereótipos prejudiciais, por outro lado, ajudam a perpetuar o capacitismo, o que leva a discriminação. Para acabar com isso, então, é preciso remover certas frases e termos do vocabulário, como, por exemplo:

  • “Você parece normal”;
  • “Seu problema não tem cura?”;
  • “Mas como você faz as coisas?”;
  • “Deixa que eu faço para você”;
  • “Se fosse comigo, nem sei o que eu faria”.

Saúde mental e bem-estar

A pessoa que sofre discriminação tende a ter problemas com a sua saúde mental, uma vez que isso afeta na sua autoestima e na exclusão de atividades sociais. A pressão social, bem como a percepção de falta de valor, podem trazer danos como depressão e ansiedade.

Com a imposição de expectativas não realistas, por outro lado, com base em normas capacitistas, pode gerar um fardo psicológico a mais. A pressão para se conformar a padrões inatingíveis pode impactar de forma negativa no bem-estar emocional.

Acesso a serviços e recursos

Os espaços públicos devem ser equipados com rampas para garantir o acesso pleno das pessoas que usam cadeiras de rodas, mas nem sempre essa é uma realidade. Além disso, os serviços online não são projetados para todos os públicos.

Alguns dos erros mais comuns incluem:

  • filmes sem legenda ou audiodescrição;
  • ônibus sem elevador de acesso;
  • falta de ensino de LIBRAS nas escolas;
  • shows e eventos de difícil acesso.
Capacitismo: o preconceito com as pessoas com deficiência
O capacitismo pode afetar a saúde mental das pessoas com deficiência. Imagem do Freepik.

Como combater e evitar o capacitismo?

O primeiro passo para evitar o capacitismo ou mesmo combatê-lo é perceber ele no dia a dia. Isso porque, ele pode se tornar evidente em situações em que as pessoas são deixadas de fora de:

  • empregos; 
  • atividades sociais; 
  • educação. 

Isso é algo que pode acontecer tanto devido à falta de acessibilidade quanto por preconceito. Também, algumas vezes por não saber como incluir pessoas com deficiência.

Assim, é importante reconhecer que ele existe e trabalhar para que ele diminua ou acabe. Dessa forma, é possível construir uma sociedade mais justa. 

Então, isso pode ser feito através da educação. Também de ações para falar de forma clara  sobre o assunto. Em especial, em escolas,  empresas e grandes mídias.

Capacitismo: o preconceito com as pessoas com deficiência
O capacitismo se manifesta de muitas formas. Imagem do Freepik

A mídia positiva ajuda a combater o preconceito

A representação positiva das pessoas com deficiência na mídia, na política e em outros campos é vital para combater o preconceito. Em outras palavras, isso pode ajudar a desafiar estereótipos negativos. 

Da mesma forma, ajuda a mostrar o quanto este grupo contribui de forma valiosa para o meio social. Além disso, as políticas e leis que visam o acesso e a inclusão são peças-chave para combater o capacitismo. 

Isso inclui a garantia de que os ambientes físicos e digitais sejam de fácil acesso para todos, bem como a criação de chances equitativas para as pessoas com deficiência.

É essencial reconhecer que cada um tem os seus próprios preconceitos. Assim, deve-se trabalhar para desafiá-los. Aliás, isso pode incluir:

  • educar-se sobre as vivências das pessoas com deficiência; 
  • refletir sobre a linguagem e a forma de se comportar; 
  • fazer esforços para promover a inclusão em todos os aspectos da vida.

Em última análise, o preconceito é ruim não apenas para as pessoas com deficiência, mas para todo o meio social.

Assim, é viável combater o preconceito e promover a inclusão. Pois, desse modo pode-se criar um mundo mais justo para todos.

Mude a realidade preconceituosa

Para mudar essa realidade, conscientize as pessoas a respeito sobre o que, de fato, significa ter uma deficiência. A ideia a respeito deste termo precisa mudar.

Não é somente uma pessoa que possui uma deficiência, os locais em que ela vive são deficientes de acesso e de oportunidades iguais.

Além disso, quanto mais cedo se entender que uma pessoa com deficiência não é apenas sua deficiência, mas toda sua história, características, personalidade e sonhos, mais rápido a sociedade se torna menos preconceituosa.

O capacitismo só termina com a inclusão real das pessoas com deficiência e quando enxergá-las além de suas deficiências. Afinal, não são as pessoas que são deficientes, mas sim os meios e a cultura capacitista.

Qual é a importância da inclusão na luta contra o capacitismo?

Na luta contra o capacitismo, a inclusão tem um papel crucial, visto que ajuda a criar cada vez mais espaços plurais e que respeitam a diversidade. 

Ao incluir de forma ativa pessoas com deficiência, então, em todos os aspectos da vida, dá para quebrar padrões, reduzir preconceitos e criar ambientes mais acessíveis, de modo que ajuda a construir uma comunidade mais justa e equitativa.

Como o capacitismo afeta o acesso a oportunidades no mercado de trabalho?

Ele limita o desenvolvimento profissional de pessoas com deficiência por meio de barreiras visíveis e invisíveis. Então, essas barreiras vão desde a falta de acessibilidade nos ambientes físicos até a ausência de políticas inclusivas nas empresas.

Estereótipos negativos, além disso, reforçam a ideia de que pessoas com deficiência são menos produtivas, o que impacta diretamente suas chances de contratação. 

Mesmo quando conseguem uma vaga, muitas vezes enfrentam ambientes que não respeitam sua individualidade ou necessidades específicas.

Barreiras estruturais e culturais no ambiente corporativo

Muitas empresas ainda não oferecem rampas, elevadores acessíveis, banheiros adaptados ou tecnologias assistivas. Assim, a falta desses recursos dificulta não apenas a contratação, mas a permanência do profissional com deficiência no espaço de trabalho.

Ao mesmo tempo, a cultura organizacional pouco inclusiva pode gerar isolamento e desmotivação. Portanto, funcionários com deficiência são frequentemente excluídos de treinamentos, reuniões ou oportunidades de crescimento.

O papel das empresas na transformação

Empresas que promovem a inclusão ativamente colhem benefícios sociais e econômicos. Isso envolve capacitar lideranças, investir em acessibilidade e revisar processos seletivos. Além disso, é essencial ouvir pessoas com deficiência sobre suas experiências.

A mudança deve ser profunda, indo além da contratação por cotas e focando na criação de ambientes verdadeiramente inclusivos, que respeitam e valorizam a diversidade.

Como combater o capacitismo por meio da educação e da comunicação?

A desconstrução do preconceito capacitista começa na forma como a sociedade educa e se comunica. Desse modo, livros, filmes, campanhas publicitárias e materiais didáticos ainda reforçam representações negativas, baseadas na piedade ou superação.

A importância de uma linguagem inclusiva

Evitar termos pejorativos e expressões capacitistas no dia a dia é um passo essencial para promover o respeito. Termos como “aleijado”, “inválido” ou frases como “isso é coisa de retardado” devem ser substituídos por uma linguagem neutra e consciente.

É preciso, além disso, valorizar a identidade das pessoas com deficiência sem reduzi-las à sua condição física. O uso do termo “pessoa com deficiência” é o mais recomendado, pois prioriza o ser humano, não a limitação.

Educação inclusiva como ferramenta de transformação

A inclusão deve começar nas escolas, com práticas pedagógicas acessíveis e conteúdos que estimulem a empatia e a convivência entre todos.

 É na infância que se formam os valores e percepções sobre o mundo. Portanto, é essencial que crianças cresçam entendendo que a deficiência faz parte da diversidade humana.

A educação inclusiva também prepara as futuras gerações para atuar com mais empatia, respeito e senso de justiça social.

O que mais saber sobre capacitismo?

Antes de encerrar, veja dúvidas que ainda surgem sobre o tema e merecem atenção especial.

Capacitismo pode ocorrer mesmo com boas intenções?

Quando uma pessoa é tratada com piedade, excesso de cuidado ou exclusão sutil, mesmo sem intenção negativa, isso também é capacitismo.

Qual a diferença entre inclusão e integração?

Integração é colocar a pessoa com deficiência no ambiente comum. Então, inclusão é garantir que ela participe de forma plena, com acessibilidade e respeito.

Só pessoas com deficiência podem falar sobre capacitismo?

Todos podem falar, mas é essencial ouvir, valorizar e priorizar as vozes das pessoas com deficiência.

O capacitismo pode aparecer em políticas públicas?

Quando não se leva em conta as necessidades reais das pessoas com deficiência nas políticas, leis e serviços públicos, há capacitismo institucional.

Existe capacitismo entre pessoas com deficiência?

Infelizmente, sim. Assim como em qualquer grupo, o preconceito pode ser reproduzido mesmo entre pessoas que vivenciam a mesma realidade.

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SOBRE A IIGUAL

Somos uma consultoria com foco na inclusão e diversidade no mercado de trabalho. Ao longo de 20 anos de atuação já ajudamos a incluir mais de 18.000 pessoas com deficiência em cerca de 1.000 grandes empresas. Nosso propósito é construir um mercado de trabalho inclusivo com oportunidades iguais para todos. Inclusão, Diversidade, Empatia, Respeito, Oportunidade e Igualdade estão no DNA da iigual. Venha mudar o mundo com a gente 🙂

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