Use a entrevista escrita para promover a inclusão e ganhar escalabilidade

A entrevista escrita otimiza o tempo do RH e garante a ele escalabilidade, se preciso. Mas, não apenas isso, ela também padroniza as perguntas e tende a ser mais imparcial, o que é positivo para promover a diversidade e a inclusão. 

O que é uma entrevista escrita?

Como o próprio nome sugere, a entrevista escrita é uma forma de entrevistar os candidatos usando a linguagem escrita no lugar da oral. Assim, ela é, sobretudo, uma das formas de conhecer o entrevistado e avaliar a sua adequação ao cargo pretendido. 

Embora este modelo possa parecer um pouco mais impessoal, em especial, quando o processo é feito de forma online, pois diminui as percepções que o encontro presencial produz. Ele também pode trazer uma série de ganhos, tais como:

• manter a estrutura de perguntas no mesmo padrão;
• ser fácil de fazer várias entrevistas ao mesmo tempo;
• permitir uma avaliação com menos viés inconsciente.

Além disso, por ser um modelo que não demanda necessariamente que o entrevistador esteja presente de forma física, ou acompanhando de perto, ela acaba se tornando um fator de soma muito grande na otimização do tempo de quem trabalha no RH. 

Por onde começar uma entrevista escrita?

O primeiro passo para começar uma entrevista escrita é apresentar a empresa para o entrevistado que vai responder. Comece dizendo, quem vocês são, o que vocês fazem e no que vocês acreditam. Se possível crie a história de uma forma que mostre, mas não conte:

• a missão;
• a visão;
• os valores.

Caso a empresa tenha projetos sociais, projetos de inclusão e também de capacitação profissional, eles podem e devem ser mencionados também. O objetivo é fazer com que a pessoa possa conhecer um pouco da empresa. 

Após a introdução, será a hora de criar as perguntas que serão feitas para o candidato. Nesta etapa, a meta das perguntas é descobrir, quem é o candidato, quais as habilidades e competências que ele tem e o quanto ele se adequa ao fit cultural. 

Como estruturar uma entrevista escrita?

A entrevista escrita deve ser estruturada em seções. De modo geral, elas começam com a seção: sobre nós. Que é a introdução ou a apresentação da empresa. Em seguida, há ou a seção sobre você, ou os três blocos principais que formam 3 seções e são:

• habilidades técnicas;
• habilidades comportamentais;
• fit cultural.

Cada grupo pode ter de 3 a 5 perguntas que ajudem a avaliar a adequação de quem está concorrendo a vaga em cada uma das seções. Vale destacar que usando 3 perguntas, nestas 3 seções pontuadas, os entrevistados levam em média 1 hora para responder. 

O que fazer após a entrevista escrita?

Após criar a entrevista escrita antes de enviar para os candidatos, é preciso que você mesma responda à entrevista. Se possível, apresente para colegas do seu setor ou de setores próximos e peça para que eles respondam. Isso vai fazer com que você:

• antecipe as dúvidas que possam surgir;
• antecipe as respostas para as dúvidas;
• antecipe os retornos que vai dar em relação às etapas.

Nesta fase, se for o caso, você pode elaborar melhor as perguntas e se forem questões mais pontuais de dúvidas, já preparar uma resposta pronta que vai ajudar o candidato a entender melhor o que você precisa saber.

Os feedbacks que os entrevistados vão receber após a entrevista, também são muito importantes. Portanto, prepare modelos de retorno. 

Modelos de retorno

Há três modelos principais de retorno. O primeiro é o retorno aberto, desse modo, é quando a empresa continua avaliando os candidatos. Neste caso, explique que a empresa está avaliando, que em X semanas irá saber quem são os finalistas e também um prazo para a decisão final. 

No caso de retorno positivo, agradeça a participação, informe que a pessoa avançou e as datas e prazos das próximas etapas. 

A entrevista escrita ajuda a promover inclusão?

Sim, na maioria das vezes, a entrevista escrita ajuda a promover a inclusão. Isto é, ter um padrão de perguntas ajuda a manter a imparcialidade, o que é fundamental para incluir profissionais com deficiência e outros grupos de minorias. 

Além disso, por ser um modelo que muitas vezes é usado no ambiente digital, isso ajuda a derrubar pelo menos duas classes de barreiras que atrapalham a acessibilidade. As que tem relação com o acesso físico, bem como, as que tem relação com o viés inconsciente. 

Dessa forma, muitos tipos de deficiência podem ter uma atuação ainda melhor de suas aptidões, neste formato que é acessível, em especial para quem tem deficiência física, auditiva, ou está incluso no perfil da neurodiversidade.

E para seleção de pessoas com deficiência visual?

Na seleção de pessoas com deficiência visual, é preciso tomar algumas precauções para que ela seja inclusiva. Então, se a entrevista acontecer de forma presencial, é crucial garantir que as perguntas e as respostas possam, estar e acontecer em braile.

Para a entrevista online ser possível com este perfil de candidato, a plataforma que vai hospedar o conteúdo deve ter um recurso que transforme o texto em áudio e da mesma forma transforme o áudio em texto. 

Diversidade e inclusão

Em todos os coletivos, há pessoas mais extrovertidas e rendem mais com a presença física e as que são mais introvertidas e atuam melhor quando estão com eles mesmo. Desse modo, o ideal é que cada etapa de seleção aconteça em um formato diferente. 

Ao usar, entrevista escrita, entrevista presencial, videoconferência em um mesmo processo, porém, em etapas diferentes, é possível avaliar de forma ainda mais justa. 

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