A contratação de pessoa com deficiência é, além de um dever legal em razão da Lei de Cotas, também uma chance para a empresa ter novos talentos em suas equipes e mostrar sua responsabilidade social.
Realizar a contratação de pessoa com deficiência segue os mesmos passos de uma seleção regular, mas com algumas adaptações mínimas para se adequar às demandas desse público em particular.
Para isso, é vital investir no preparo de todos os envolvidos na condução desse processo, bem como, os líderes que vão receber esses candidatos em suas equipes após a contratação. Dessa forma, cria-se uma cultura interna que estimula a inclusão.
Em 2015 foi publicada a Lei nº 13146, que obriga que as empresas com mais de 100 colaboradores têm que destinar parte de suas vagas para pessoas com deficiência. O objetivo é dar oportunidades para esse grupo poder entrar no mercado de trabalho.
As empresas devem observar o número de vagas mínimo para cada caso, mas nada impede que contratem mais pessoas nesse perfil do que está previsto na Lei.
O ideal é que esse tipo de ação do governo seja apenas uma medida para dar início a uma mudança na forma de pensar coletiva. Conforme se amplia a presença dessas pessoas nas empresas, quebram-se os preconceitos e é possível alcançar um ambiente de fato inclusivo.
A inclusão consiste em dar equidade de oportunidades a grupos que têm maior dificuldade em ingressar no mercado de trabalho, por exemplo. Para mudar isso, é preciso além de abrir vagas, deixar que essas pessoas possam mostrar o seu potencial.
Logo, é crucial garantir que tenham condições no ambiente para exercer as funções diárias, de acordo com suas necessidades. Nesse processo, é possível contar com empresas que atuam na área para assessorar as mudanças internas.
O processo de contratação de pessoa com deficiência segue as mesmas etapas de uma seleção regular. No entanto, é preciso estar atento a alguns pontos que é preciso adaptar em cada um desses passos.
Na sequência, veja quais são as principais fases e os aspectos para observar para tornar o processo seletivo inclusivo.
Esse é um passo essencial para começar a seleção de pessoas com deficiência, porque é quando se definem quais as competências necessárias para a vaga.
Também é crucial saber quais são as atribuições do cargo, para ver se ele é acessível a quem tenha uma limitação física, por exemplo. Por isso, é bom discutir essas questões com o gestor responsável pelo setor.
Nesse ponto, é preciso escolher os canais onde será anunciada a vaga, para fazer com que atinja o público almejado. Ainda, é importante deixar claro se a posição é aberta para candidaturas em geral ou se é exclusiva para pessoas com deficiência.
Além das plataformas de emprego regulares, também é possível buscar empresas que atuam nesse ramo e oferecem suporte para esse tipo de contratação. Afinal, em geral possuem um banco de dados com currículos que podem facilitar a seleção.
Depois de receber as candidaturas, passa-se a uma etapa de seleção para identificar aqueles que melhor atendem ao perfil para a vaga. Então, é preciso marcar a entrevista, que será o momento de ter um contato mais próximo com a pessoa e abordar:
Também é nessa ocasião que o recrutador poderá verificar se o candidato precisa de alguma adaptação física no ambiente de trabalho, de acordo com o tipo de deficiência.
O passo final é formalizar a contratação de pessoa com deficiência, mas na sequência é importante acompanhar a fase de adaptação do candidato.
Para tanto, é essencial contar com o apoio dos gestores e demais colegas de trabalho para que a pessoa se sinta acolhida. Além disso, é ideal ouvir o novo funcionário nesse período inicial para saber se há alguma dificuldade ou aspectos que precise de ajuda.
Um dos principais pontos de atenção na contratação de pessoa com deficiência é não focar nas limitações, mas sim nas competências que o candidato apresenta para a vaga.
Diante disso, é crucial evitar usar termos capacitistas e dar autonomia para que a pessoa fale sobre suas expectativas e experiências anteriores. Além disso, caso ela vá à entrevista com um acompanhante, evite se dirigir apenas a ele, exceto se demonstrar que é preciso.
Outro aspecto a observar é se o espaço da empresa é acessível, ou seja, se possui rampas, portas e elevadores que permitam a locomoção fácil pelo ambiente.
A contratação de pessoa com deficiência, além de atender a uma exigência legal, pode tornar a empresa mais produtiva. Afinal, ao permitir que esses candidatos possam exercer suas atividades de forma plena, pode-se encontrar novos talentos para o negócio.
Isso também reflete de forma positiva perante os demais funcionários, que poderão se abrir para conhecer sobre uma realidade diferente e se livrar de ideias pré-concebidas. Assim, esse convívio com as diferenças é benéfico para todos os envolvidos.
Como consequência, toda a sociedade ganha, uma vez que de um lado é possível aumentar a inclusão desse grupo, o que traz uma realização pessoal ao se sentir produtivo.
Já por parte da empresa, investir em uma cultura de inclusão da seleção para suas vagas pode ter um reflexo positivo na imagem externa perante:
Nos dias atuais, mostrar a responsabilidade social é um elemento que diferencia um negócio no mercado. Além disso, aumenta a satisfação interna entre a equipe que se sente valorizada, o que facilita a retenção de talentos dentro da companhia.
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